Publicado em 07 ago 2018

Posvenção: uma intervenção dolorida, porém necessária

Redação

No luto é escancarado um sofrimento que fica por muito tempo em carne viva e por esse motivo a pessoa que se matou se mantém pela dor.

Karina Okajima Fukumitsu -

Desde 2005, quando da publicação da obra Suicídio e Gestalt-terapia (Republicada em 2012 com novo título. Versão de 2005 intitulada “Suicídio e psicoterapia: uma visão gestáltica”. Campinas: editora Livro Pleno), declarei-me suicidologista, principalmente porque queria incluir, nas lides acadêmicas de profissionais da saúde, aulas sobre manejo do comportamento suicida, prevenção ao suicídio e acolhimento ao luto por suicídio.

Nesse período, recebi muitas críticas por querer trazer à tona um assunto considerado tabu. Sentia-me realizando um “trabalho de formiga”, sempre no contrafluxo de colegas da profissão que, inclusive, advertiam que eu “seria rejeitada por alguns psicólogos por insistir em falar de um tabu”. Além disso, tive a recusa de três editoras para publicar meu primeiro livro sobre suicídio, com a alegação de que “era um assunto que não teria interesse mercadológico”. Nunca imaginei que 13 anos depois de eu ter recebido a primeira negativa editorial, o cenário mudaria tão bruscamente.

Desiludida com a ausência de apoio de políticas públicas para a prevenção ao suicídio e considerando a demanda da prática clínica, na qual recebia várias pessoas enlutadas pelo suicídio, decidi me aprofundar nos ensinamentos de Shneidman (1973, 1985, 1993, 1996, 2001).

 

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Artigo atualizado em 17/09/2024 02:47.

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