A desinformação e a alfabetização midiática – uma parceria necessária
Redação
A desinformação leva a conteúdos manipulados ou fabricados propositalmente baseados em falsos contextos; e a informação danosa objetiva o surgimento de discursos de ódio, assédios e vazamentos.
Elizabeth Saad -
As recentes eleições de 2018 no Brasil deixaram uma marca de impacto – as fake news. Notícias falsas passaram a ser o motivo e a justificativa para toda informação e todo ato que representasse o contraditório e o paradoxal de um dado emissor de mensagem.
É real que a produção e a disseminação de notícias falsas sejam um recurso utilizado por diferentes setores, grupos e indivíduos da sociedade com o intuito de criar tendenciamentos e distorções na formação de opinião coletiva ao sabor de interesses específicos. Mas, uma fake news representa apenas a ponta de um enorme iceberg calcado num processo de desinformação e de omissão de informação que trafega pelo tecido social, num contexto muito mais amplo e estruturado, alimentando a ação social baseada em dados e fatos incompletos, errôneos e fabricados.
Todo esse processo de manipulação informativa não é novo, não é devido apenas às eleições, não é decorrente apenas da digitalização global e tem suas origens bem lá atrás na civilização, na Antiguidade. O que assistimos agora é uma incrível aceleração de sua disseminação por conta da disponibilidade de meios de informação e comunicação que agregam simultaneamente a mobilidade, a conexão à rede digital e a oferta de plataformas que facilitam a formação de grupos sociais para trocas e interações entre os participantes.