A segurança das camas hospitalares
Redação
Uma cama hospitalar é bem diferente das comuns que são utilizadas em residências. Isso se deve ao fato de elas precisarem atender às necessidades especiais de cada paciente, além de serem apenas confortáveis. E para cada utilidade, uma característica diferente é dada para atender à necessidade do acamado e facilitar o trabalho da equipe médica. Elas podem ser utilizadas unicamente para o conforto e a segurança do paciente, quanto para acomodar aqueles com baixo nível de consciência. Dependendo do modelo, servem para reduzir a falta de ar, melhorar a circulação nos membros inferiores, diminuir edemas e prevenir a aspiração de líquido e secreção. Dessa forma, uma cama hospitalar deve ser rotulada com o nome ou a marca e o endereço do fabricante, a referência de tipo ou modelo e meios para permitir que estes sejam rastreados.
Da Redação –
O que mais difere entre os modelos de camas hospitalares são as suas dimensões, os tipos de materiais da estrutura e o modelo de colchão usado. Outras possíveis diferenças são se possuem rodas ou não, se tem rebaixamento e elevação do leito, com ou sem grade de proteção lateral e se são fixas ou removíveis. Já os tamanhos possuem um padrão de 1,90 m de comprimento e 0,90 m de largura, podendo mudar um pouco de acordo com o fabricante.
Para que o paciente tenha mais conforto, a maioria das camas possuem alguns ajustes, facilitando o trabalho da equipe médica e de enfermagem, além das necessidades do acamado. Esses ajustes podem ser tanto mecânicos quanto elétricos, sendo feitos por manivelas manuais ou controle remoto, respectivamente, dependendo do modelo da cama.
Os ajustes mais comuns são: a altura do estado e das grades de proteção laterais; a remoção das barreiras laterais; o apoio das costas, coxas e das panturrilhas; o ajuste da inclinação lateral; o ajuste da cabeceira e da peseira; e a extensão da cama. Na hora de escolher o modelo, não basta comprar uma cama hospitalar simples, pois se deve ter em mente a finalidade dela e o tipo de tratamento. Isso é muito importante, já que o tipo da cama influencia na recuperação do paciente, sendo um pós-cirúrgico ou até mesmo para o descanso dele.
As camas hospitalares possuem chapas de aço com diversas articulações, permitindo posicioná-las de diversas formas: pernas acima ou abaixo do nível do restante do corpo; tronco – parte da cama chamada de cabeceira – flexionado; elevação ou rebaixamento de toda a cama; etc. Esses movimentos permitem diversas maneiras diferentes de posicionar a cama e cada posição vai depender muito da situação do usuário e do aconselhamento médico. Por exemplo, a posição de Trendelemburg faz com que a parte superior do corpo fique abaixada enquanto a inferior é elevada. Essa é uma posição ideal para quem passou por cirurgias nos órgãos pélvicos ou no abdômen inferior.
Já a posição Fowler é aquela em que a cabeceira da cama fica levantada em um ângulo de 45 graus, facilitando a respiração por conta da expansão do pulmão. Para uma melhor circulação do sangue, principalmente nas pernas, essa posição deve ser usada juntamente com a parte inferior da cama erguida levemente. Apesar dos vários movimentos permitidos, não há perigo de queda do paciente, pois a cama hospitalar também possui barras de segurança em um ou até nos dois lados. Os colchões que acompanham as camas também ajudam na movimentação, no conforto e na segurança, pois são voltados justamente para esses fins, além de alguns serem ergonômicos, impermeáveis e até impedirem o surgimento de escaras.
Quanto à praticidade, também há mais de uma opção, pois existem as camas hospitalares motorizadas e manuais. As motorizadas possuem os movimentos acionados por meio de um controle remoto, facilitando seu manuseio até mesmo pelo paciente; as manuais em que cada movimento deve ser acionado por manivelas presas ao leito. Independentemente do tipo, todas devem ter ao menos três formas de movimento: Fowler, elevação da cabeceira e das pernas. Para não ter problemas no seu manuseamento, todas elas devem vir com manual de instruções de uso.
A NBR IEC 60601-2-52 de 03/2020 - Equipamento eletromédico - Parte 2-52: Requisitos particulares para a segurança básica e o desempenho essencial das camas hospitalares, que é uma norma particular, objetiva estabelecer os requisitos particulares para a SEGURANÇA BÁSICA e o DESEMPENHO ESSENCIAL de CAMAS HOSPITALARES, da forma definida em 201.3.212. Se uma seção ou subseção for especificamente destinada à aplicação apenas para CAMAS HOSPITALARES, ou apenas para SISTEMAS EM, o título e o conteúdo daquela seção ou subseção o indicarão. Se este não for o caso, a seção ou subseção será aplicável tanto a CAMAS HOSPITALARES quanto a SISTEMAS EM, como for relevante.
PERIGOS inerentes à função fisiológica destinada à CAMA HOSPITALAR ou SISTEMAS EM contidos no escopo desta norma não são abordados pelos requisitos específicos desta norma, à exceção de 7.2.13 e 8.4.1 da norma geral. Na série IEC 60601, as normas particulares podem modificar, substituir ou cancelar os requisitos contidos na norma geral e nas normas colaterais, conforme apropriado para o EQUIPAMENTO EM considerado, em particular, e podem adicionar outros requisitos para a SEGURANÇA BÁSICA e o DESEMPENHO ESSENCIAL.
O requisito de uma norma particular tem prioridade sobre a norma geral. Para abreviar, a IEC 60601-1 é referida nesta Norma Particular como a norma geral. Normas colaterais são referidas pelo seu número de documento. A numeração das seções, e subseções desta Norma Particular corresponde à da norma geral com o prefixo “201” (por exemplo, 201.1 nesta Norma aborda o conteúdo da Seção 1 da norma geral) ou norma colateral aplicável com o prefixo “20x”, onde x é (são) o (s) dígito (s) final (is) do número do documento da norma colateral (por exemplo, 202.4 nesta Norma Particular aborda o conteúdo da Seção 4 da norma colateral IEC 60601-1-2, 203.4 nesta Norma Particular aborda o conteúdo da Seção 4 da norma colateral IEC 60601-1-3 etc.).
As alterações do texto da norma geral estão especificadas pela utilização das seguintes palavras: “Substituição” significa que a seção ou subseção da norma geral ou norma colateral aplicável será completamente substituída pelo texto desta Norma Particular. “Adição” significa que o texto desta Norma Particular é adicional aos requisitos da norma geral ou da norma colateral aplicável. “Emenda” significa que a seção ou subseção da norma geral ou norma colateral aplicável será alterada da forma indicada pelo texto desta Norma Particular. As subseções, figuras ou tabelas que forem adicionais às da norma geral serão numeradas a partir de 201.101.
Entretanto, devido ao fato de que as definições na norma geral são numeradas de 3.1 até 3.139, as definições adicionais desta Norma serão numeradas a partir de 201.3.201. Os anexos adicionais serão indicados pelas letras AA, BB etc., e itens adicionais, aa), bb) etc. As subseções, figuras ou tabelas adicionais às da norma colateral serão numeradas a partir de 20x, onde “x” é o número de uma norma colateral, como, por exemplo, 202 para IEC 60601-1-2, 203 para IEC 60601-1-3 etc. O termo “esta Norma” é utilizado para se referir à norma geral, a quaisquer normas colaterais aplicáveis e a esta Norma Particular em conjunto. Onde não houver seção ou subseção correspondente nesta Norma Particular, a seção ou subseção da norma geral ou da norma colateral aplicável, embora possivelmente não relevante, será aplicável sem modificação; onde for definido que qualquer parte da norma geral ou da norma colateral aplicável, embora possivelmente relevante, não seja aplicável, uma afirmação neste sentido será fornecida nesta Norma Particular.
Em 1996, a IEC publicou a primeira edição da norma particular para camas hospitalares operadas eletricamente, a IEC 60601-2-38. A publicação aconteceu em resposta a uma demanda de campo por uma norma universal que abordasse PERIGOS específicos de segurança das camas hospitalares. Utilizada em conjunto com a AVALIAÇÃO DE RISCO DO FABRICANTE, considera-se que a norma representa a corrente de pensamento mais atual a respeito de como estabelecer melhores práticas de segurança básica para o setor.
Uma emenda da IEC 60601-2-38, liberada em 1999, reconhece a necessidade de mitigar os RISCOS de aprisionamento do PACIENTE nas GRADES LATERAIS, novamente em combinação com o uso da AVALIAÇÃO DE RISCO DO FABRICANTE. Embora isto tenha melhorado a norma particular, esta ainda está focada em camas hospitalares operadas eletricamente, e não considera camas hospitalares operadas manualmente e produtos em outros ambientes médicos.
Em 2000, a EN 1970 (Adjustable beds for DISABLED PERSONS – Requirements and test methods), foi publicada, abordando camas utilizadas por pessoas incapacitadas para aliviar ou compensar uma limitação ou deficiência física. Esta norma ofereceu um escopo mais abrangente, em conjunto com a IEC 60601-2-38, mas depois da edição da Emenda 1 da IEC 60601-2-38, surgiu a oportunidade de combinar as duas normas em uma comum, a norma internacional. Conforme os trabalhos para integração se iniciaram, a IEC ajustou sua postura sobre a SEGURANÇA BÁSICA e o DESEMPENHO ESSENCIAL, integrando-os à terceira edição da IEC 60601-1.
O alinhamento da nova norma com a terceira edição tornou-se, portanto, necessário. A norma particular recebeu um novo número, IEC 60601-2-52, e foram iniciados os trabalhos de alinhamento à terceira edição. Esta Norma Particular, portanto, é o resultado de intenso trabalho de alinhamento e de ajuste de escopo entre a IEC 60601-2-38, a EN 1970 e a terceira edição da IEC 60601-1. Ela representa a corrente de pensamento mais atual sobre SEGURANÇA BÁSICA e DESEMPENHO ESSENCIAL das CAMAS HOSPITALARES utilizadas para aliviar enfermidades de PACIENTES e as limitações das PESSOAS INCAPACITADAS. É o esforço de um grupo de trabalho conjunto da IEC e da ISO.
A CAMA HOSPITALAR deve ser rotulada com o nome ou a marca e o endereço do FABRICANTE, a REFERÊNCIA DE TIPO OU MODELO e meios para permitir que estes sejam rastreados. Os componentes removíveis devem ser rotulados com o nome ou a marca e o endereço do FABRICANTE, a REFERÊNCIA DE TIPO OU MODELO e meios para permitir que estes sejam rastreados, a não ser que a identificação errônea não constitua um RISCO inaceitável. As CAMAS HOSPITALARES destinadas à utilização com um sistema de lavagem automático devem ser rotuladas com o seguinte texto para distingui-las das CAMAS HOSPITALARES que não toleram tais métodos de limpeza: “Cuidado, esta cama pode ser utilizada em sistemas de lavagem automáticos para limpeza.”
As CAMAS HOSPITALARES destinadas à utilização com lavagem a jato devem ser rotuladas pelo seguinte texto: “Cuidado, esta cama pode ser utilizada com lavagem a jato.” Se um ELEVADOR DA CAMA tiver uma subplataforma de largura ajustável, a faixa de larguras possíveis deve ser rotulada, por exemplo, através de um indicador da medição linear fixado às partes ajustáveis. As CAMAS HOSPITALARES projetadas para permitir a substituição de colchões devem ser rotuladas com a seguinte sentença, como uma advertência: “Colchões incompatíveis podem criar PERIGOS.
Leia as instruções de utilização ou com um símbolo apropriado, em um local proeminente da PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO, indicando os colchões compatíveis (ver exemplo em AA.1). As CAMAS HOSPITALARES projetadas para possuírem GRADES LATERAIS removíveis devem ser rotuladas com a seguinte sentença, como uma advertência: “GRADES LATERAIS incompatíveis podem criar PERIGOS. Leia as instruções de utilização ou com um símbolo apropriado, em um local proeminente da GRADE LATERAL, indicando as GRADES LATERAIS compatíveis (ver exemplo em AA.2).
Onde uma possível sobrecarga em um ACESSÓRIO destinado a suportar cargas puder criar RISCOS inaceitáveis, a CARGA DE TRABALHO SEGURA correspondente deve ser rotulada no ACESSÓRIO. A conformidade é verificada através da inspeção. Onde um CONTROLE DE TRAVAMENTO DO MOVIMENTO for responsável por prevenir movimentações inadvertidas da PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO e precisar do acionamento do OPERADOR, isto deve ser explicitado através de rotulagem ou símbolos, conforme apropriado, colocados do lado externo da CAMA HOSPITALAR e visíveis da posição de UTILIZAÇÃO NORMAL (ver Figura 201.106 na norma). Exemplo: “Acione o CONTROLE DE TRAVAMENTO DO MOVIMENTO se o PACIENTE puder se machucar como resultado de um movimento não intencional da PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO.” A conformidade é verificada através da inspeção das CAMA HOSPITALAR.
Os controles e/ou indicadores, quando possível, devem ser rotulados empregando-se símbolos que transmitam a função destinada desses controles ou indicadores sem a necessidade de textos adicionais. As instruções de utilização devem incluir: uma descrição, de acordo com 201.3, do(s) AMBIENTE(S) DE APLICAÇÃO destinado(s); o peso máximo do PACIENTE e a CARGA DE TRABALHO SEGURA. A CARGA DE TRABALHO SEGURA é a soma de: o PACIENTE; o colchão; os ACESSÓRIOS da CAMA HOSPITALAR (apenas se forem apoiados no sistema de suporte da CAMA HOSPITALAR); e a carga suportada por tais ACESSÓRIOS (excluindo-se o peso do PACIENTE).
Uma explicação sobre como desativar uma função da CAMA HOSPITALAR se os movimentos gerados por tal função puderem causar lesões ao PACIENTE. Para CAMAS HOSPITALARES destinadas a um AMBIENTE DE APLICAÇÃO 4, o resultado das medições audíveis de energia acústica, de acordo com a ISO 3746. As instruções de utilização devem fornecer uma advertência de que convém que a CAMA HOSPITALAR seja mantida em sua posição mais baixa quando o PACIENTE não estiver acompanhado, para reduzir o RISCO de lesões provocadas por quedas.
As instruções de utilização devem fornecer uma advertência dos PERIGOS causados pelo manuseio inapropriado do CABO FLEXÍVEL DE ALIMENTAÇÃO, por exemplo, pelo dobramento, cisalhamento ou outros danos mecânicos. As instruções de utilização devem fornecer uma advertência, declarando que devem ser tomadas precauções ao fazer o roteamento de cabos na CAMA HOSPITALAR a partir de outros equipamentos, para não amassar os cabos entre as partes da CAMA HOSPITALAR.
As instruções de utilização devem fornecer uma advertência se a CAMA HOSPITALAR só puder ser utilizada com certos guindastes por causa da limitação de espaço sob a CAMA HOSPITALAR. As instruções de utilização devem conter informações sobre a seleção do colchão (es), incluindo as dimensões do colchão e as características do colchão (por exemplo, para reduzir o RISCO de aprisionamento e quedas (ver também 201.7.2.2.105)).
As instruções de utilização devem conter informações sobre a seleção das GRADES LATERAIS, incluindo as dimensões da GRADE LATERAL e as características da GRADE LATERAL (por exemplo, para reduzir o RISCO de aprisionamento e quedas (ver também 201.7.2.2.106)). As instruções de utilização devem identificar os ângulos máximos, em relação à horizontal, que podem ser atingidos durante a UTILIZAÇÃO NORMAL em cada parte da PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO. Elas também devem identificar as alturas máxima e mínima, a partir do piso, que podem ser atingidas pela PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO durante a UTILIZAÇÃO NORMAL. Elas também devem identificar quaisquer posições de emergência e os controles com os quais tais posições forem obtidas.
As instruções de utilização devem identificar a massa máxima (em kg) da CAMA HOSPITALAR. Se a CAMA HOSPITALAR for destinada a ser desmontada em partes, a massa máxima (em kg) de todas as partes deve ser declarada nas instruções de utilização. As instruções de utilização devem informar o OPERADOR ou a ORGANIZAÇÃO RESPONSÁVEL, com suficiente detalhamento, sobre a inspeção preventiva, a manutenção e a calibração a serem executada por eles, incluindo a frequência de tal manutenção.
As instruções de utilização devem fornecer informações sobre a execução segura de tais rotinas de manutenção, necessárias para garantir a utilização segura continuada da CAMA HOSPITALAR. Além disso, as instruções de utilização devem identificar as partes nas quais devem ser executadas a inspeção e a manutenção pelo PESSOAL DE SERVIÇO, incluindo os períodos a serem aplicados e detalhes a respeito da execução propriamente dita de tal manutenção.
Para as CAMAS HOSPITALARES que contenham baterias recarregáveis destinadas a serem mantidas por outros que não o PESSOAL DE SERVIÇO, as instruções de utilização devem conter instruções que garantam a manutenção adequada. Os CABOS FLEXÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO devem ter um mínimo de 2,5 m medidos do plugue ao perímetro externo da CAMA HOSPITALAR. Os CABOS FLEXÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO e outros cabos elétricos externos flexíveis e cordões das CAMAS HOSPITALARES devem ser do tipo HD22.10 H05-BQ-F [1] 3 ou de qualidade equivalente para robustez mecânica.
Os CABOS FLEXÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO devem ser equipados com mecanismos apropriados para proteger contra deformações e dobras. Os conjuntos de CABOS FLEXÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO devem ter um plugue moldado sobre eles ou outras formas de resistência ao ingresso de água durante o PROCESSO de limpeza destinado à CAMA HOSPITALAR. As camas hospitalares devem ser equipadas com meios para manter os CABOS FLEXÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO longe de qualquer parte ou mecanismo móvel da CAMA HOSPITALAR quando a CAMA HOSPITALAR estiver sendo utilizada, transportada, ou mesmo não estiver em uso, para evitar danos aos CABOS FLEXÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO.
Os CABOS FLEXÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO devem ser protegidos adequadamente contra danos resultantes do contato com parte (s) móvel (is) ou da fricção em quinas ou bordas afiadas dentro da CAMA HOSPITALAR. Quaisquer aberturas ou áreas (A1, A2, A3, A4, A5, A6, B, C e D) dentro do sistema da CAMA HOSPITALAR que estiverem acima da PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO devem atender aos requisitos dimensionais e de construção das Figuras 201.107, 201.108 e da Tabela 201.101, disponíveis na norma. Onde houver um RISCO de aprisionamento do PACIENTE que tenha sido abordado de outra forma, isto deve ser justificado pelo FABRICANTE no ARQUIVO DE GERENCIAMENTO DE RISCO.
A conformidade é verificada antes e depois da aplicação dos ensaios de resistência da GRADE LATERAL e de confiabilidade da trava (ver 201.9.8.3.3.3). A conformidade é verificada com a PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO na posição horizontal, a não ser que haja uma indicação diferente na Tabela 201.101 na norma. O ensaio deve ser executado com a GRADE LATERAL em todas as posições de elevação e travamento.
Todos os ensaios são executados sem o colchão, exceto o ensaio para a dimensão D. Os requisitos relativos ao colchão são verificados com o (s) colchão (es) e da forma especificada pelo FABRICANTE. Os requisitos das Figuras 201.107, 201.108 e da Tabela 201.101 (disponíveis na norma) relativos ao colchão estão excluídos para os COLCHÕES ESPECIAIS.
Na determinação da faixa de alturas ajustáveis da CAMA HOSPITALAR, convém que a antropometria regional seja considerada, tanto para o cuidador do paciente quanto para o OPERADOR e/ou PACIENTE. Recomenda-se prestar atenção: a quedas do PACIENTE da CAMA HOSPITALAR, a altura baixa minimiza lesões; a facilidade de entrada e saída do PACIENTE; a transferência para a cadeira de rodas e a partir dela; a altura segura para o trabalho dos cuidadores e/ou dos OPERADORES, que minimize problemas nas costas.
Se a CAMA HOSPITALAR puder ser desmontada para o transporte manual, conhecer a massa das partes principais pode ser útil para evitar esforços excessivos. Há vários RISCOS reconhecidos que foram aceitos com base na relação RISCO/benefício ou no equilíbrio entre os benefícios do RISCO/RISCO. Os COLCHÕES ESPECIAIS foram excluídos dos ensaios porque os benefícios clínicos derivados de tais colchões podem ser maiores do que os RISCOS envolvidos na sua utilização, e pode não ser possível satisfazer os requisitos de ensaio sem o comprometimento do benefício clínico do COLCHÃO ESPECIAL.
Entretanto, esta norma requer a execução de uma DETERMINAÇÃO DE RISCO. Os requisitos são aplicáveis apenas à PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO na posição horizontal, a não ser que seja indicado diferentemente. A razão para isso é a existência de vários benefícios clínicos associados à capacidade de articulação das CAMAS HOSPITALARES. Não é aparente como a funcionalidade das CAMAS HOSPITALARES pode ser preservada, particularmente a das mais avançadas, que apresentam mais benefícios clínicos, se os requisitos forem estendidos às posições articuladas.
Os FABRICANTES são encorajados a compreender os RISCOS envolvidos e a tentar minimizar estes RISCOS através de análise e de novas abordagens de mitigação, mantendo, entretanto, a utilidade clínica da cama. Os requisitos dimensionais formam uma base, mas não são relevantes para cada aplicação das camas, e podem ocasionalmente interferir na utilização destinada sem a mitigação do RISCO. O FABRICANTE tem a responsabilidade de justificar os desvios de camas ou superfícies específicas na ANÁLISE DE RISCO.
Os requisitos dimensionais listados na norma são destinados a restringir a presença de fendas no sistema da CAMA HOSPITALAR e suas proximidades, para que partes da anatomia não possam adentrá-las ou atravessá-las com facilidade. Cada requisito foi baseado em dados antropométricos comumente disponíveis. Os PACIENTES mais vulneráveis ao aprisionamento são aqueles com incapacidade cognitiva ou que apresentam movimentos descontrolados do corpo.
Estes PACIENTES, na maioria dos casos, são frágeis, idosos ou estão confusos. Uns poucos relatórios sobre efeitos adversos indicam aprisionamento durante o posicionamento angular da PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO ou o posicionamento das GRADES LATERAIS. Portanto, esta norma particular requer que o aprisionamento seja avaliado através da DETERMINAÇÃO DE RISCO do FABRICANTE nas posições horizontal e articulada, com as GRADES LATERAIS totalmente elevadas e nas posições intermediárias.
Três partes do corpo são chave em relação ao RISCO de aprisionamento com risco de vida nos sistemas de CAMA HOSPITALAR: a cabeça, o pescoço e o tórax. Para a cabeça, a dimensão de 120 mm foi baseada no 5º percentil de largura de cabeça feminina do Sri Lanka, a distância sobre a face de uma orelha à outra. Fendas < 120 mm foram escolhidas como a dimensão que representa uma medida conservadora para redução do aprisionamento.
A dimensão de 120 mm inclui todas as referências de largura das menores cabeças femininas no 5º percentil e a maioria das referências internacionais de largura das menores cabeças femininas no 1º percentil. No caso de um colchão permanentemente FIXO dedicado especificamente à CAMA HOSPITALAR e à GRADE LATERAL, se o deslizamento do colchão sobre a PLATAFORMA DE SUPORTE DO COLCHÃO não for possível, o ensaio é executado inserindo-se a extremidade cilíndrica de 60 mm das ferramentas cônicas com um cone de 120 mm entre o colchão permanentemente FIXO e a GRADE LATERAL (áreas A2 e A3).
Para o pescoço, a dimensão de 60 mm foi baseada no 5º percentil de largura de um pescoço pequeno de uma mulher adulta. Notar que as pessoas de estatura baixa possuem um diâmetro de pescoço feminino no 1º percentil de 79 mm (5º percentil = 83 mm.). Vários fatores, como a compressibilidade do pescoço, a perda de massa muscular no pescoço conforme os PACIENTES envelhecem e o formato assimétrico do pescoço, servem para apoiar uma medida conservadora de menos de 60 mm.
Para reduzir o RISCO de aprisionamento do pescoço, convém que as fendas no sistema da CAMA HOSPITALAR sejam pequenas o sufi ciente para evitar a passagem de um pescoço pequeno. Além disso, para reduzir o aprisionamento do pescoço relacionado ao encunhamento do pescoço, convém que os ângulos para abertura em forma de “v” (referência à NE 13451-1) sejam maiores do que 60°.
O ângulo de 60° reflete o entendimento de que, em dado momento, um ângulo estreito cria um espaço no formato de “v” ou com uma geometria que pode levar ao aprisionamento. O ângulo de 60° foi escolhido através da revisão das FERRAMENTAS que avaliam o risco de aprisionamento para equipamentos de piscina (NE 13451-1, Equipamentos para piscina – Parte 1: Requisitos gerais de segurança e métodos de ensaio – Swimming pool equipment – Part 1: General safety requirements and test methods) e por uma análise matemática correspondente que mostra que, quando um peso de formato cilíndrico é apoiado por dois vetores de força que se compensam mutuamente, cada uma das forças perpendiculares se torna igual ao peso do cilindro quando os ângulos relativos à vertical são de 60°. Assume-se que 60° pode ser considerado como um ponto de inflexão nos ângulos para os quais o encunhamento pode se tornar uma consideração importante.
Para o tórax, a dimensão de 318 mm é baseada na espessura do 95º percentil para tórax masculinos. Há relatos de aprisionamento do tórax em CAMAS HOSPITALARES no espaço entre os segmentos das GRADES LATERAIS. Para evitar aprisionamentos do tórax, convém que os espaços sejam largos o suficiente (maiores do que 318 mm) para permitir que um tórax grande os atravesse sem ser aprisionado.