Mudar o mundo, mudar as coisas: sobre caos e angústias
Redação
Há uma série de demandas que sugerem que todas as decisões, seja na questão ambiental, seja nos impasses da política tradicional ou nas escolhas em torno do ensino, estão defasadas em relação às reais necessidades que temos.
José Alves de Freitas Neto -
Os sentidos de urgência e transformação são um dos sintomas mais visíveis dos incômodos que experimentamos na atualidade. Paira no ar uma espécie de dever moral de encontrar respostas e que se impõe às pessoas, independentemente de sua idade, cultura ou grupo social.
O quadro de crise se amplifica pois parece que não temos respostas mínimas ou, quando as temos, parecem ser impraticáveis ou sem o respaldo das demais pessoas.
Há uma série de demandas que sugerem que todas as decisões, seja na questão ambiental, seja nos impasses da política tradicional ou nas escolhas em torno do ensino, estão defasadas em relação às reais necessidades que temos. Se este descompasso não fosse suficiente, há também a sensação de irreversibilidade nas escolhas que devem ser feitas. A defasagem e o caráter irreversível remetem à anulação da condição histórica das pessoas e das supostas escolhas que, na cultura ocidental, povoam os imaginários em torno de uma pretensa autonomia de sujeitos ou grupos sociais.
A combinação entre o dever de mudar e a impotência das respostas às questões...