Publicado em 02 abr 2019

O que pode o lúdico no enfrentamento da violência contra a mulher?

Redação

Entre as muitas maneiras de subsumir a fluidez de sentidos propiciadas pelo lúdico, sobressaem aquelas que o concebem como mero instrumento educativo, tal qual os jogos sérios, sisudamente contidos pelas evidências científicas. Ao limitar a descontração irreverente do lúdico aos ditames do “sério”, as produções científicas hegemônicas disciplinam o que há de mais interessante no jogo: o seu caráter autônomo, espontâneo, ambíguo e incerto.

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Maria Raquel Gomes Maia Pires

As estatísticas da violência contra a mulher e do feminicídio no Brasil são alarmantes, especialmente entre as negras, pobres e de baixa escolaridade. Nos noticiários, nas pesquisas e em produções diversas se constata a magnitude das atrocidades cometidas.

Sabidamente os homens e os parceiros íntimos são os principais agressores, revelando traços crus da violência doméstica que temos de enfrentar. A impunidade dos crimes contra as mulheres deixa marcas indeléveis, a despeito dos avanços trazidos pela Lei Maria da Penha. Ressoa aqui, acolá e em casos semelhantes a inquietante pergunta: quem matou Marielle Franco?

 



Não bastassem as violências visíveis, o machismo, o sexismo, a homofobia e o recrudescimento do conservadorismo na cena política brasileira acentuam as opressões invisíveis na sociedade, como aquelas baseadas na condição de gênero, interseccionadas pela raça e pela classe social. A naturalização de práticas discursivas autoritárias, regidas por c...

Artigo atualizado em 20/08/2024 03:18.

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