The gates of delirium
Redação
A crença num mundo externo independente da percepção subjetiva é a base natural da ciência. No entanto, uma vez que a percepção apenas fornece informações da ‘realidade física’ de maneira indireta, a compreensão desta só nos é possível num sentido especulativo.
Márcio Barreto -
Encontramos em Einstein a crença de que existe um mundo objetivo e independente de qualquer subjetividade, traduzido em leis físicas a partir de uma observação, ou seja, Einstein insiste na diferenciação entre a essência da realidade e a sua aparência: a crença num mundo externo independente da percepção subjetiva é a base natural da ciência. No entanto, uma vez que a percepção apenas fornece informações da ‘realidade física’ de maneira indireta, a compreensão desta só nos é possível num sentido especulativo (1).
Há vários indícios de que, para Einstein, a realidade significa realidade física, determinada pelo intercâmbio constante entre a experiência e a análise. As experiências realizadas em laboratório ou os resultados de observações astronômicas revelam a veracidade de um modelo científico que nos permite traduzir o mundo real; mas estas experiências não são suficientes para nos dar a perceber aquilo que escapa de nossa percepção imediata.
É neste contexto que Einstein percebe a potência da criação de uma verdade científica: seguindo os rastros do filósofo alemão Immanuel Kan...