Conhecendo o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
Redação
As características desse transtorno envolvem a desatenção ou a dificuldade em manter a atenção em tarefas, interrupção frequente de atividades e perda de interesse; a hiperatividade ou a inquietação, dificuldade em permanecer sentado e envolvimento em atividades motoras intensas; e a impulsividade ou as respostas precipitadas e dificuldade em esperar a sua vez.

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por uma tríade de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Os sintomas geralmente se manifestam na infância, mas podem persistir ao longo da vida.
A prevalência do TDAH varia, sendo estimada em 7,6% entre crianças e adolescentes no Brasil, 5,2% entre adultos de 18 a 44 anos e 6,1% em indivíduos acima de 44 anos. Tem como características, a desatenção ou a dificuldade em manter a atenção em tarefas, interrupção frequente de atividades e perda de interesse; a hiperatividade ou a inquietação, dificuldade em permanecer sentado e envolvimento em atividades motoras intensas; e a impulsividade ou as respostas precipitadas e dificuldade em esperar a sua vez.
O diagnóstico é baseado em critérios do DSM-5 e CID-10, considerando a presença de sintomas em múltiplos contextos (casa, escola, etc.) e a avaliação de profissionais qualificados. É importante que a avaliação inclua informações de familiares e educadores.
O tratamento do TDAH é multimodal, envolvendo as intervenções não medicamentosas como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), apoio escolar e orientação aos pais; o tratamento medicamentoso, com medicamentos como metilfenidato e lisdexanfetamina que podem ser utilizados, dependendo da gravidade dos sintomas e da resposta ao tratamento. O TDAH frequentemente coexiste com outros transtornos, como transtornos de ansiedade, depressão e distúrbios de conduta, o que pode complicar o diagnóstico e o tratamento.
O acompanhamento contínuo é essencial para ajustar o tratamento conforme as necessidades do paciente mudam ao longo do tempo, especialmente durante transições importantes, como a passagem da infância para a adolescência e a vida adulta. O MS-PCDT: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - TDAH de 2025 admite que a prevalência mundial de TDAH estimada em crianças e adolescentes é de 3% a 8%, dependendo do sistema de classificação utilizado.
Embora o TDAH seja frequentemente diagnosticado durante a infância, não é raro o diagnóstico ser feito posteriormente. As evidências científicas sustentam sua continuidade na idade adulta, com uma prevalência estimada entre 2,5% a 3%.
No Brasil, a prevalência de TDAH é estimada em 7,6% em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos, 5,2% nos indivíduos entre 18 e 44 anos e 6,1% nos indivíduos maiores de 44 anos apresentando sintomas de TDAH. Os sintomas e o comprometimento do TDAH são frequentemente graves durante a infância e podem evoluir ao longo da vida.
Por se tratar de um transtorno de neurodesenvolvimento, as dificuldades muitas vezes só se tornam evidentes a partir do momento em que as responsabilidades e independência se tornam maiores, como quando a criança começa a ser avaliada no contexto escolar ou quando precisa se organizar para alguma atividade ou tarefa sem a supervisão dos pais. Os indivíduos com TDAH também apresentam dificuldades nos domínios das funções cognitivas, como resolução de problemas, planejamento, orientação, flexibilidade, atenção prolongada, inibição de resposta e memória de trabalho.
Outras dificuldades envolvem componentes afetivos, como atraso na motivação e regulação do humor. Em médio e longo prazo, crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar dificuldades no desempenho acadêmico, nas interações interpessoais e autoestima baixa. Crianças com TDAH têm mais chances de apresentar obesidade quando comparadas com as crianças sem TDAH.
Os problemas de conduta podem aparecer no final do período da pré-adolescência. Além disso, pessoas com TDAH podem apresentar comportamentos sexuais de alto risco e gravidez precoce indesejada, dificuldades no trabalho, abuso de drogas ou álcool, maior probabilidade a acidentes e criminalidade na fase adulta.
O TDAH também está associado a resultados psicológicos negativos, com um maior risco de desenvolver transtornos do humor (unipolar ou bipolar), distúrbios de personalidade, especialmente, transtorno de personalidade borderline e antissocial, e possivelmente condições psicóticas. Apesar de ter se tornado uma condição bastante conhecida nos últimos anos, o diagnóstico de TDAH não é simples, pois os seus principais sintomas se confundem com outras condições clínicas e com características normais do desenvolvimento do indivíduo.
Assim, torna-se necessária a utilização de critérios operacionais que são estabelecidos a partir da realização da avaliação clínica por profissionais capacitados e experientes. Tanto o diagnóstico equivocado e incorreto, quanto, principalmente, a ausência de diagnóstico traz para o indivíduo sérias consequências. Os conceitos dos profissionais de saúde sobre o TDAH são diversos, colocando os indivíduos com diagnóstico de TDAH em maior risco de serem rotulados pela sociedade.
A liga canadense para a pesquisa do TDAH, Canadian ADHD Resource Alliance (CADDRA), orienta que os estereótipos e mitos acerca do TDAH sejam explorados na consulta com o paciente e sua família, na tentativa de se obter esclarecimentos, a fim de evitar prejuízos e tratamentos inadequados. Os estigmas do TDAH podem afetar crianças e adultos com o diagnóstico da doença, além de parentes ou pessoas próximas.
Além disso, podem influenciar as atitudes das autoridades em relação a esses pacientes. Esse estigma provém da incerteza do público quanto à confiabilidade/validade de um diagnóstico de TDAH, da avaliação diagnóstica relacionada e do desconhecimento da população em como interagir com indivíduos com TDAH. Apresenta uma demanda crescente por serviços de saúde mental e está associado a outras condições de saúde, problemas familiares e escolares em comparação com a população em geral ou controles clínicos.