A agonia do rio Tietê na cidade de São Paulo
Redação
O rio Tietê foi muito utilizado para a navegação e até mesmo para a prática de esportes náuticos, principalmente, na região metropolitana de São Paulo. A partir da década de 1950, com o crescimento populacional e industrial desordenado da cidade de São Paulo, passou a receber o esgoto doméstico e industrial, deixando suas águas poluídas e contaminadas. Isso permanece até os dias de hoje, uma agonia que não tem fim.
Hayrton Rodrigues do Prado Filho –
“(...) O Tietê deu a São Paulo tudo quanto possuía: o ouro das areias, a força das águas, a fertilidade das terras, a madeira das matas, os mitos do sertão. Despiu-se de todo encanto e de todo mistério: despoetizou-se e empobreceu por São Paulo e pelo Brasil.” (Alcântara Machado)
O rio Tietê nasce nas encostas da Serra do Mar, na cidade de Salesópolis, e percorre 1.100 km cortando o estado de São Paulo de leste a oeste, até desaguar no Rio Paraná, na divisa de Mato Grosso do Sul, no município de Itapura. No trecho que atravessa a Região Metropolitana de São Paulo, suas águas sentem os efeitos do desorganizado processo de industrialização de São Paulo, que transformou o rio da integração paulista em um canal receptor da poluição industrial e esgotos domésticos, comprometendo diversas cidades que estão à jusante da capital.
As águas de cor escura e odor forte deixam a capital rumo ao Médio Tietê e voltam a conviver com as margens de características rurais logo após a histórica Santana de Parnaíba, com leitos não retificados, até chegar à barragem de Pirapora do Bom Jesus.
Quem acompanha o rio é a SP-312, denominada Rodovia dos Romeiros, que foi inaugurada em maio de 1922 e é considerada um marco na implantação da malha rodoviária paulista. O apelido dos romeiros se deve a forte tradição religiosa das comunidades do interior, que rumam com charretes, cavalos e a pé com de...