Haverá uma nova geografia industrial depois da pandemia?
Redação
Há uma vulnerabilidade das nações do Ocidente, dentre elas o Brasil, e todas estão discutindo e começam a se organizar para retomar a fabricação local em áreas estratégicas, de saúde, defesa, inteligência e tecnologia, na esteira da percepção de que perderam ou tiveram muito reduzida a capacidade de produzir internamente.
Fernando Valente Pimentel -
A pandemia da gripe chinesa, além dos gravíssimos danos à saúde, ameaça à vida e estagnação econômica, fez o mundo despertar para uma questão complexa da globalização: a excessiva dependência de um país para a oferta de uma série de insumos e produtos essenciais. O tema, que já vinha sendo discutido de modo crescente na agenda da sustentabilidade e das possibilidades que estão se abrindo com o advento da Indústria 4.0, ganha dimensões muito mais claras nesta guerra da humanidade contra o terrível micro-organismo.
O deslocamento de numerosas cadeias produtivas para a Ásia, com destaque para a China, fenômeno que vem se aprofundando nos últimos 30 anos, escancara agora a vulnerabilidade das nações do Ocidente, dentre elas o Brasil. Várias já discutem e começam a se organizar para retomar a fabricação local em áreas estratégicas, de saúde, defesa, inteligência e tecnologia, na esteira da percepção de que perderam ou tiveram muito reduzida a capacidade de produzir internamente.
Tal consciência, que não precisaria de um episódio tão grave para despertar, mostra o exagero ocorrido no processo de transferência industrial à Ásia. Assim, exige-se repensar, sem uma visão radical de economias autárquicas, o desenvolvimento da manufatura, de maneira moderna, com políticas industriais eficazes, que proporcionem segurança e uma base estrutural para o bem-estar de cada povo.
A indústria têxtil e de confecção br...