A conformidade dos revestimentos resilientes para pisos
Redação
As placas vinílicas são produtos que possuem uma série de benefícios, como, por exemplo, a sua facilidade de instalação, visto que normalmente são auto colantes, sendo necessário apenas posicioná-las uma ao lado da outra da forma desejada. Além disso, as placas possuem tamanhos diferentes para que consigam suprir corretamente as necessidades de cada ambiente. Outra característica positiva encontrada nas placas vinílicas é sua propriedade antialérgica, permitindo que pessoas com grandes alergias tenham contato cotidiano com a superfície sem causar irritações e outros transtornos e crises, o que o torna o piso ideal para esse tipo de pessoa. Conheça os requisitos para o recebimento de mantas (rolos) e placas (réguas) vinílicas flexíveis homogêneas (HO) e heterogêneas (HT) em PVC, para revestimento de pisos, bem como os requisitos geométricos, dimensionais e físicos, além dos os procedimentos gerais para a instalação de revestimentos vinílicos, a preparação dos contrapisos existentes, inspeção, conservação e limpeza.
O piso vinílico é confeccionado com cloreto de metila ou o PVC. Encontrado em réguas, mantas ou placas, ele pode ser feito também com plásticos reciclados, o que deixa esse material com uma boa pegada de sustentabilidade. O uso de piso vinílico em ambientes corporativos é uma realidade, como em escritórios, hospitais, escolas são referência em aplicações geradas pela necessidade de resistência ao alto tráfego e pelas características de fácil manutenção e de assepsia do produto.
O piso vinílico em manta, por exemplo, pode ser instalado também sobre pisos existentes, desde que essa superfície seja bem lisa e sem irregularidades. Como tem um preço mais acessível, pode ser uma boa pedida para colocação em quartos infantis ou brinquedotecas, já que não tem um acabamento tão rígido.
O piso vinílico em placas é mais rígido e fino. Com manutenção bastante fácil, pode ser consertado facilmente caso apareça algum problema em sua estrutura. É antialérgico, oferece proteção contra fungos e oferece conforto térmico, deixando os ambientes mais quentes e aconchegantes. Além disso, o piso vinílico tem proteção acústica, evitando que o som dos sapatos acabe ressoando muito, sobretudo em apartamentos.
Hoje nesses ambientes, o maior desafio de uso de pisos vinílicos não está nas razões da sua especificação, mas em como usá-los criativamente, explorando toda a sua flexibilidade. São materiais reconhecidamente fáceis de limpar e de aplicar; higiênicos; com várias espessuras, padronagens e opções de apresentação: em mantas, réguas , placas. Sob o ponto de vista da construção verde, estão alinhados com conceitos atuais de sustentabilidade ambiental porque são 100% recicláveis, permitem flexibilidade de uso; a instalação é feita com adesivos à base de água, e a fácil aplicação gera economia não só na hora da troca como também na remoção de entulhos, etc.
Mas é a versatilidade do material que exerce um fascínio aos profissionais que pretendem dar às áreas de tráfego intenso mais do que apenas resistência. Eles aproveitam o material para decorar o piso, sinalizá-lo, delimitar áreas, dividir o espaço com outros materiais, integrá-lo à comunicação do ambiente.
A NBR 14917-1 de 03/2017 - Revestimentos resilientes para pisos - Manta (rolo) ou placa (régua) vinílica flexível homogênea ou heterogênea em PVC - Parte 1: Requisitos, características e classes especifica os requisitos para o recebimento de mantas (rolos) e placas (réguas) vinílicas flexíveis homogêneas (HO) e heterogêneas (HT) em PVC, para revestimento de pisos, bem como os requisitos geométricos, dimensionais e físicos. Esta parte inclui um sistema de classificação e estabelece requisitos e critérios de desempenho para seleção em função do uso, incluindo também requisitos para marcação e embalagem.
A NBR 14917-2 de 03/2017 - Revestimentos resilientes para pisos - Manta (rolo) ou placa (régua) vinílica flexível homogênea ou heterogênea em PVC - Parte 2: Procedimentos para seleção, utilização, instalação, conservação e limpeza estabelece os procedimentos gerais para a instalação de revestimentos vinílicos, a preparação dos contrapisos existentes, inspeção, conservação e limpeza. Os revestimentos para pisos vinílicos, podem ser apresentados em mantas, placas ou réguas, flexíveis, homogêneos (HO) ou em camadas heterogêneas (HT). Esta parte aplica-se à instalação de mantas (rolos) ou placas (réguas) de revestimento para piso sobre os sistemas de bases que podem ser constituídos por: concreto; cerâmicas; pedras lisas ou pedras reconstituídas; contrapisos de argamassa; piso elevado; painel cimentício para piso. Permite que outros tipos de sistemas de bases não mencionados possam ser aceitos mediante projetos específicos estabelecidos em comum acordo entre o projetista, o instalador e o fabricante do revestimento de piso.
Os revestimentos de pisos descritos nesta parte 1 da NBR 14917 devem atender aos requisitos geométricos e dimensionais determinados na Tabela 1 (disponível na norma), quando submetidos aos métodos de ensaio nela indicados, segundo tipos de amostragem conforme a Seção 5 e os critérios de aceitação e rejeição determinados na Tabela 9 (disponível na norma). Os revestimentos de pisos descritos nesta parte devem atender aos requisitos físicos e químicos determinados conforme descrito na Tabela 3 (disponível na norma), independentemente das classes determinadas nas Tabelas 5 e 6 (disponíveis na norma), quando ensaiados de acordo com os métodos mencionados e segundo os tipos de amostragem da Seção 5, e critérios de aceitação e rejeição determinados conforme descrito na Tabela 11 (disponível na norma).
Deve-se verificar a presença de componentes tóxicos. Metais pesados: a composição dos pisos vinílicos não pode conter pigmentos ou estabilizantes térmicos à base de metais pesados, notadamente chumbo e cádmio; pisos vinílicos, quando ensaiados por espectrometria de raios X ou metodologia pertinente, não podem indicar concentrações superiores a 0,1 % de chumbo ou cádmio. Ftalatos tóxicos: ftalato de di(2-etil-hexila) DEHP (ou simplesmente DOP – dioctil ftalato), ftalato de dibutila (DBP) e ftalato de benzilbutila (BBP) não podem ser utilizados como substâncias ou componentes de preparações em concentrações superiores a 0,1 % em massa de material plastificado, em todos os tipos de material vinílico. A metodologia de ensaios deve contemplar análise cromatográfica do plastificante extraído, conforme legislação vigente.
A emissão de compostos orgânicos voláteis – COV: a emissão de TCOV (Total de Compostos Orgânicos Voláteis) deve ser determinada conforme as ISO 16000-3 e ISO 16000-6. Um fator de carga de produto de 0,4 m2/m³ deve ser usado, visto que este valor representa uma relação típica entre a área de pisos e o volume de ar em ambientes internos; as concentrações devem ser observadas por um período de 28 dias após o produto ter sido colocado na câmara de ensaio. O ensaio deve ser interrompido se concentrações relevantes forem observadas após três, sete ou dez dias, considerando-se cumprido o critério de 28 dias de observação; as substâncias ou grupos de substâncias que devem ser analisadas e que definem a classificação dos produtos são: formaldeído (número CAS: 50-00-0); acetaldeído (número CAS: 75-07-0); tolueno (número CAS: 108-88-3); tetracloroetileno (número CAS: 127-18-4); xileno (número CAS: 1330-20-7); 1,2,4-trimetilbenzeno (número CAS: 95-63-6); 1,4-diclorobenzeno (número CAS: 106-46-7); etilbenzeno (número CAS: 100-41-4); 2-butoxietanol (número CAS: 111-76-2); estireno (número CAS: 100-42-5); total de compostos orgânicos voláteis (TCOV).
Para cada substância ou grupo de substâncias, os cenários de emissões, o método de caracterização das emissões, o método para medir a concentração de exposição, os valores-limite e as classes correspondentes estão listados no Anexo B. Os revestimentos de pisos homogêneos (HO) ou heterogêneos com base compacta (HTC) ou heterogêneo com base expandida (HTE), descritos nesta parte da ABNT NBR 14917, devem ser classificados conforme seu grupo de uso e tipos de composição conforme descrito na Tabela 3, quando submetidos aos métodos de ensaios nela indicados e conforme tipos de composição T (sem carga) ou P (com baixo teor de cargas) ou M (com cargas) ou F (com alto teor de cargas).
Os métodos de ensaios indicados têm a intenção de determinar a resistência ao uso estabelecida, ou em função da perda da espessura (conforme BS EN 660-1) ou pela perda de volume (conforme BS EN 660-2). Os revestimentos de pisos vinílicos descritos nesta parte da NBR 14917 devem ser classificados conforme determinações descritas na Tabela 5 (disponível na norma) para os homogêneos (HO) ou heterogêneos com base compacta (HTC), e conforme determinações descritas na Tabela 6 para os heterogêneos com base expandida (HTE), devendo atender também ao sistema de classificação, conforme Anexo A, onde está indicada uma lista de exemplos de seleção de classes para diferentes áreas de uso.
Em função das necessidades e áreas de instalação, o projetista e/ou o usuário devem selecionar os revestimentos de pisos vinílicos homogêneo (HO) ou heterogêneo (HT) com base nos requisitos práticos de intensidade de uso, e determinados conforme descrito nas Tabelas 5 ou 6, estando no caso dos revestimentos heterogêneos (HT), diretamente relacionados às espessuras nominais da capa de uso (G), e nos requisitos e critérios especificados conforme descrito em 4.1 e 4.2.
O revestimento de piso deve estar descrito no projeto e a sua seleção deve ser definida em função do desempenho requerido ou propriedades opcionais sob demanda explicitadas pelo consumidor e determinados na ABNT NBR 14917-1:2017, Tabela 7. O projeto deve conter as características detalhadas do local de instalação, dimensões dos desenhos e arremates, bem como desníveis e juntas de dilatação estrutural, conforme 6.8. O projeto deve estabelecer e mencionar as classes determinadas na NBR 14917-1:2017, Tabelas 4 e 5 e Anexo A, para os revestimentos vinílicos homogêneos (HO), ou vinílicos heterogêneos com base compacta (HTC) ou heterogêneos com base expandida (HTE), segundo a tipologia de composição T, P, M ou F e da camada de uso (G) em função das intensidades de tráfego.
O instalador deve, antes de iniciar os trabalhos, cumprir alguns requisitos. Verificar o sentido da entrada principal de luz natural e seguir a direção de instalação dos revestimentos para pisos conforme o projeto em cada ambiente. Conferir cores, dimensões, lote de fabricação, quantidade e desenhos, se houver. Caso o sentido da entrada principal de luz natural seja perpendicular à direção de instalação das mantas, podem ser observadas diferenças de tons entre mantas, ainda que sejam do mesmo lote de fabricação.
Deve instalar, em cada ambiente, revestimento para piso de mesmo lote de fabricação (para cada referência de produto), observando-se ainda, sempre que possível, a sequência da numeração das mantas (rolos), conforme etiqueta de identificação da embalagem; instalar o revestimento para piso observando se a temperatura ambiente encontra-se entre 15 °C e 27 °C e a umidade relativa do ar ambiente inferior a 80 %; programar um intervalo de tempo de 24 h antes da instalação e acondicionar os materiais, para aclimatação dos revestimentos para pisos, no mesmo local da instalação; e instalar o revestimento para piso sobre a base que atenda aos requisitos descritos.
As mantas (rolos) devem estar armazenadas em ambiente coberto, fechado, não sujeito a intempéries, em posição vertical e por ordem de sequência numérica, lote de fabricação e referência conforme indicado nas embalagens. As caixas de placas (réguas) devem ser empilhadas em ambiente coberto, fechado, não sujeito a intempéries e separadas por lote e referência, conforme indicado nas caixas. A altura do empilhamento das caixas deve seguir as instruções do fabricante do revestimento. Durante o manuseio do revestimento para piso deve-se evitar danificar as bordas das mantas (rolos) ou das caixas. O local de armazenamento deve ser seguro e não pode apresentar riscos de danos aos materiais.
Toda base (contrapiso) deve apresentar as seguintes condições: estar limpa, antes do início dos trabalhos. Fazer uma inspeção geral na base de instalação dos revestimentos vinílicos. Todo tipo de sujidades que possam impedir a aderência dos revestimentos deve ser removido, como restos de massa, gesso, pedaços soltos, manchas de tintas (estas podem migrar para a superfície do revestimento), graxas, óleos e outros; estar plana. A planicidade da base (contrapiso) deve cumprir os requisitos da NBR 15575-3, especialmente quanto desnível máximo de 3 mm, em relação a uma régua plana, entre dois pontos distantes entre si em 2 m.
As eventuais irregularidades na superfície, como ondulações e depressões (mossas), podem ser observadas após a instalação dos revestimentos vinílicos. A superfície deve estar seca e curada. O teor de umidade existente na base (contrapiso) deve ser inferior a 2,5 %. As condições do tempo de cura das bases necessitam ser observadas, tendo em vista que uma cura incompleta pode provocar danos ao revestimento após a sua instalação, especialmente quanto à retenção da umidade desprendida do processo de cura natural do contrapiso.
A superfície deve estar firme. A base (contrapiso) não pode apresentar partes soltas ou desprendimento de partículas que possam provocar o descolamento do revestimento vinílico. O projeto deve especificar as características da base em função do uso da edificação, conforme a NBR 14917-1:2017. Recomenda-se resistência mecânica à compressão da base (contrapiso) maior ou igual a 15 MPa para classes de uso 21, 22 e 23, e resistência à compressão mínima de 20 MPa para classes de uso acima de 31.
A superfície deve estar impermeabilizada, conforme as NBR 9575 e NBR 9574, observando-se que a impermeabilização também deve impedir a passagem de vapor de umidade. As bases constituídas por concreto ou argamassas cimentícias com acabamento obtido pelo lançamento de cimento puro alisado com colher de pedreiro, sobre a base desempenada ainda úmida, (comumente denominadas cimento queimado), não podem receber a instalação dos revestimentos vinílicos.
Caso apresentem este acabamento, devem ser apicoadas e uma nova regularização com argamassa industrializada deve ser efetuada, seguindo-se as recomendações do fornecedor da argamassa. A regularização do contrapiso de concreto ou contrapiso de argamassa cimentícia deve ser obtida com argamassas apropriadas, que permitam corrigir desníveis e eventuais ondulações, além de assegurar resistência compatível à finalidade de uso do ambiente.
Antes da instalação dos revestimentos vinílicos em bases constituídas por concreto ou argamassas cimentícias, recomenda-se avaliar a umidade existente, utilizando-se os seguintes métodos: com auxílio de equipamento denominado Calcium Carbide Method (CCM), aferir a umidade relativa das bases ou contrapisos cimentícios, seguindo as recomendações e critérios definidos no equipamento; utilizar medidor por radiofrequência com leitura digital.
O tempo em que uma base cimentícia torna-se seca depende de muitos fatores, como a espessura da laje, a temperatura e umidade ambiente, as especificações do concreto utilizado e as características do concreto, como relação água/cimento, acabamento superficial, etc. Devido a estas variáveis, torna-se impossível estabelecer o tempo exato de cura; assim sendo, sugere-se aguardar ao menos 28 dias da conclusão da concretagem ou uma semana por centímetro de espessura do concreto empregado como sendo um intervalo de tempo de cura razoável.
A base constituída por piso cerâmico ou pedra lisa reconstituída não pode apresentar partes soltas, trincas, rachaduras ou desníveis entre peças e juntas maiores do que 5 mm. A superfície deve estar regularizada com argamassa industrializada apropriada, seguindo-se as recomendações do fornecedor da argamassa. A ausência de regularização pode prejudicar a aparência final do revestimento, pois as juntas entre peças podem ser notadas após a instalação do revestimento. As eventuais imperfeições das superfícies das bases devem ser reparadas por meio de argamassas industrializadas niveladoras ou autoniveladoras, mantendo-se as diferenças de cotas de nível, conforme especificações do projeto.
O atendimento das condições das bases para instalação dos revestimentos vinílicos, descritas nessa norma, é de responsabilidade do construtor, contratante ou proprietário. As ferramentas e os equipamentos utilizados na instalação dos revestimentos vinílicos fazem parte de um sistema completo que abrange o manuseio, a instalação e a execução de juntas ou emendas dos revestimentos. O instalador deve utilizar os equipamentos recomendados para a instalação. O Anexo A (informativo) contém uma lista não exaustiva das ferramentas disponíveis que podem sofrer alterações em função de disponibilidade tecnológica.
Hayrton Rodrigues do Prado Filho