A maternidade e a participação feminina no mercado de trabalho
Redação
Após uma década, as mulheres com filhos continuam apresentando um gap de participação expressivo em relação aos homens com filhos. Esse diferencial atinge patamares mais elevados na presença de um filho pequeno (de 0 a 5 anos de idade).
Janaína Feijó, Valdemar Pinho Neto e Luísa Cardoso (FGV IBRE) –
Nas últimas quatro décadas, o Brasil vem passando por importantes mudanças quanto ao papel das mulheres no mercado de trabalho. As mulheres estão se inserindo cada vez mais nesse mercado e, aos poucos, conseguindo ocupar posições de maior destaque nas empresas. A taxa de participação na força de trabalho, obtida pela razão entre mulheres economicamente ativas e as mulheres em idade de trabalhar, é um importante indicador para entendermos parte desses avanços recentes.
Nesse sentido, a taxa de participação feminina cresceu de 34,8% em 1990 para 54,3% em 2019. A média anual recuou um pouco em 2021, atingindo 51,6%, devido, ao menos em parte, a pandemia. Nesse mesmo ano, a taxa de participação na força de trabalho para os homens foi de 71,6%, evidenciando que ainda há diferenças substanciais entre homens e mulheres.
A despeito dos avanços na participação feminina no mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam muitos desafios. Entre eles destacam-se as normas sociais/culturais sobre os papéis de gênero e a própria dificuldade em conciliar o trabalho ...