Amazônia: infinito mercado de carbono
Redação
As emissões de gases de efeito estufa são medidas em toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). Cada uma dessas toneladas corresponde a uma unidade de crédito de carbono. Esses créditos podem ser comercializados entre empresas, organizações não-governamentais, instituições ou produtores para compensações ambientais. Os mercados de carbono e de compensações ambientais podem funcionar baseados em dois modelos: o regulado e o voluntário. O mercado regulado depende de um conjunto de leis e normas estabelecidas por um Estado ou por um acordo entre Estados – caso do Protocolo de Quioto. As nações têm metas determinadas de emissões e gerenciam seu impacto ambiental para não descumpri-las, comercializando internamente ou internacionalmente os créditos, geralmente do tipo CER (reduções certificadas de emissões), no sistema MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Livre) – ligado aos setores de energia, transporte e florestal e proposto também pelo Brasil, em Quioto, com o objetivo de estimular a proteção ambiental em países em desenvolvimento. O mercado voluntário comercializa os créditos de carbono e compensações ambientais sem um sistema regulador centralizado, mas baseado em certificações internacionais confiáveis. Neste modelo, uma empresa ou um setor tem um limite de emissões de gases de efeito estufa; caso este limite seja ultrapassado, são aplicadas multas. Para evitar essa taxação, as empresas/setores têm permissão para comprar compensações no mercado, seja com outras empresas, com ONG, com indivíduos proprietários de terras, etc.
Qualquer um se emociona com a Amazônia
A primeira vez que se sobrevoa a Amazônia fica-se deslumbrado, pois é uma visão mítica e nunca se esquece: um verde e vasto mundo de águas e florestas, onde as copas de árvores imensas escondem o nascimento, a reprodução e a morte de mais de um terço das espécies que vivem sobre a Terra. Os números são igualmente monumentais. A Amazônia é o maior bioma do Brasil: em um território de 4.196.943 milhões de km², crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul).
A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo: cobre cerca de 6 milhões de km² e tem 1.100 afluentes. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
As estimativas situam a região como a maior reserva de madeira tropical do mundo. Seus recursos naturais – que, além da...