Publicado em 09 fev 2021

Os bioensaios aplicados para a caracterização ecotoxicológica de solos

Redação

A amostragem e a análise ou exame visual do solo para avaliar seu estado e potencial de uso são amplamente praticados, desde parcelas até em escalas nacionais. No entanto, a escolha dos atributos relevantes do solo e a interpretação das medições não são simples, devido à complexidade e especificidade do local dos solos, aos efeitos legados do uso anterior da terra e às compensações entre os serviços ecossistêmicos. A qualidade do solo é um dos três componentes da qualidade ambiental, além da água e do ar. A da água e do ar são definidas principalmente pelo grau de poluição que impacta diretamente no consumo e na saúde humana e animal ou nos ecossistemas naturais. Em contraste, a qualidade do solo não se limita ao grau de poluição do solo, mas é comumente definida de forma muito mais ampla como a capacidade de um solo de funcionar dentro do ecossistema e dos limites de uso da terra para sustentar a produtividade biológica, manter a qualidade ambiental e promover a planta e saúde animal. Os fatores extrínsecos como material original, clima, topografia e hidrologia podem influenciar os valores potenciais das propriedades do solo a tal ponto que é impossível estabelecer valores universais, não em termos absolutos. A avaliação da qualidade do solo, portanto, precisa incluir valores de referência ou de linha de base para permitir a identificação dos efeitos do manejo. Os solos freqüentemente reagem lentamente às mudanças no uso e manejo da terra e, por esse motivo, pode ser mais difícil detectar mudanças na qualidade do solo antes de ocorrerem danos irreversíveis do que na qualidade da água e do ar. Portanto, um componente importante da avaliação da qualidade do solo é a identificação de um conjunto de atributos sensíveis do solo que refletem a capacidade de um solo funcionar e que podem ser usados como indicadores da qualidade do solo. Como o manejo geralmente tem efeitos limitados de curto prazo nas propriedades inerentes, como textura e mineralogia, outros indicadores, incluindo os biológicos, são necessários. A distinção entre atributos inerentes (estáticos) e gerenciáveis(dinâmicos), no entanto, não é absoluta e também dependente do contexto. Por isso, deve-se entender as orientações para escolha e avaliação dos ensaios aplicados para a caracterização ecotoxicológica de solos e materiais de solo. São incluídas recomendações para estratégias de ensaio com vistas à proteção das águas superficiais e subterrâneas e para a manutenção da função de habitat do solo ou a capacidade dos solos/materiais de solo para servir como um habitat para microrganismos, plantas, animais edáficos e de suas interações (biocenoses).

Da Redação – 

A avaliação do solo trata do potencial ecotoxicológico de solos, substratos e materiais de solo com base em análises químicas, ensaios biológicos e informações de campo (monitoramento) como mencionado na abordagem da tríade, que significa uma estratégia de avaliação baseada em uma combinação de dados químicos (ou seja, de análise de resíduos), ecotoxicológicos (ou seja, de ensaios laboratoriais) e ecológicos (ou seja, de monitoramento). Assim, a qualidade do solo é uma ferramenta eficaz para monitorar a função do solo. Envolve a medição das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e o uso desses valores medidos para identificar as propriedades do solo que podem estar inibindo a função do solo ou para monitorar como as mudanças no manejo estão afetando as funções do solo.

As etapas iniciais desta avaliação são identificar as metas de manejo (por exemplo, produção de alimentos ou fibras, proteção ambiental) e determinar as funções do solo que contribuem para alcançá-las. Para um solo manejado para a produção de alimentos, funções como fornecer um substrato adequado para a planta e servir como reser...

Artigo atualizado em 09/02/2021 09:09.

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