Combustível caro: a culpa é da Petrobrás?
Redação
Um fato externo e não previsto na política de preços foi o significativo aumento da cotação do petróleo no mercado internacional e a grande desvalorização do real em relação ao dólar. E, para piorar, os maiores produtores de petróleo têm dado sinalizações de que não vão aumentar a oferta no mercado global. Esses fatos não deveriam ser uma preocupação, pois o Brasil é capaz de extrair mais petróleo do que consome, mas exportamos óleo cru e importamos combustíveis e derivados, pois nas últimas décadas não investimos em refinarias.
Murillo Torelli Pinto –
Nos últimos dias, quando lemos ou assistimos jornal, deparamo-nos com notícias sobre alta do preço dos combustíveis. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro da gasolina chegou a R$ 6,710, o do diesel a R$ 5,339, e o do etanol a R$ 5,294. Considerando esses valores, é totalmente aceitável o questionamento e a intenção de procurar um culpado. Se houvesse apenas um único fator ou pessoa, a solução seria mais fácil.
Alguns dos fatores explicativos para os preços elevados são: desde 2016, a Petrobrás (empresa estatal) adota uma política em que os ajustes no mercado interno seguem os preços internacionais. Antes, nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), o valor era desvalorizado artificialmente, prejudicando muito a saúde financeira da companhia.
Após a operação Lava Jato e inúmeros casos de corrupção, o governo Temer precisou tomar a decisão de manter a política com mercado internacional, com objetivo de melhorar o compliance da empresa, principalmente para os investidores estrangeiros. Um fato externo e não previsto na política de preços foi o...