Tecnologia brasileira pretende transformar vinhaça em hidrogênio verde
Redação
A vinhaça, também conhecida pelos nomes de vinhoto, tiborna ou restilo, representa o resíduo pastoso e malcheiroso que sobra após a destilação fracionada do caldo de cana-de-açúcar (garapa) fermentado, para a obtenção do etanol (álcool etílico). Para cada litro de álcool produzido, 12 litros de vinhaça são deixados como resíduo. Há usinas que já aplicam vinhaça em 70% da sua área de cultivo, e há outras com valores bem menores. De maneira geral, a cada safra, a área com uso de fertirrigação das usinas aumenta na busca do uso racional da vinhaça, visando maior produtividade agrícola e redução no uso de fertilizantes químicos. Isto tem levado a doses cada vez menores (m³/ha), distanciando-se de valores que poderiam trazer danos (salinização e contaminação do lençol freático). O Laboratório de Células a Combustível, situado na Poli-USP e que integra o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) pretende desenvolver um reator eletrolítico voltado para a realidade da indústria sucroalcooleira nacional com a ideia de que esse reator se possa quebrar as moléculas de água para gerar oxigênio e hidrogênio verde.
Thiago Lopes –
A vinhaça é um resíduo poluente gerado pela produção de etanol. Ao ser processada, ela costuma ser utilizada como adubo na fertirrigação de lavouras, sobretudo da cana-de-açúcar, por ser rica em potássio. Transportar este resíduo até as plantações é um processo caro e trabalhoso para as usinas. Sem contar que, se mal aplicada, a vinhaça pode danificar a plantação e o solo, além de atingir os lençóis freáticos. É possível aprimorar esse processo.
O Laboratório de Células a Combustível, situado na Poli-USP e que integra o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), financiado pela Shell do Brasil e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pretende desenvolver um reator eletrolítico voltado para a realidade da indústria sucroalcooleira nacional. A vinhaça tem 95% de água em sua composição. A ideia é que por meio desse reator se possa quebrar as moléculas de água para gerar oxigênio e hidrogênio verde.
Com ampla aplicação, o hidrogênio verde pode ser utilizado, por exemplo, na produção da amônia que entra na composição de fertilizantes. Hoje a amônia é s...