A colaboração pode mitigar os impactos da inflação na cadeia de suprimentos
Redação
À medida que os índices de inflação se mantêm em patamares elevados, a margem de negociação das tarifas diminui e as antigas ferramentas das áreas de compras (procurement) já não têm o mesmo efeito. Nesse cenário, novas abordagens são necessárias e parece haver grande espaço para que as empresas adotem uma postura mais colaborativa para enfrentar o inimigo comum: a ineficiência. O primeiro passo é ter um olhar amplo da cadeia, verificando as oportunidades de racionalização e simplificação, reduzindo etapas ou mesmo mudando amplamente o desenho organizacional.
Plínio Pereira –
Durante a primeira fase da pandemia, entre o início de 2020 e meados de 2021, a inflação não foi um tema importante para a sociedade e para o mundo empresarial. Os reajustes de insumos, fornecedores e mão de obra, até então, eram de 1 dígito baixo e o foco das empresas estava em garantir disponibilidade para manter as fábricas e os mercados abastecidos, além de investir em tecnologia, inovação e na agenda de sustentabilidade.
O cenário começou a mudar no segundo semestre do ano passado, à medida que as commodities tiveram um salto de preços e os indicadores macroeconômicos apontaram para uma aceleração, trazendo esse tema de volta para a mesa como uma das, senão a principal, preocupação dos executivos. O primeiro sinal foi a expressiva elevação do IGPM ao longo de 2021, índice de referência para aluguéis e outros contratos, que têm componentes associados às matérias primas (aço, vidro, alumínio, etc.) e que, por conta da pandemia, tiveram grandes elevações.
Esse movimento levou a uma corrida para renegociação de contratos de aluguel e, depois de meses de muita incerteza, parece ter havido uma cert...