A multitarefa é uma corrida que ninguém vence
Redação
A busca constante por eficiência tem levado ao esgotamento emocional e à falta de presença nas experiências cotidianas, propondo uma reflexão sobre a importância de desacelerar e redefinir prioridades. O hábito de realizar várias tarefas ao mesmo tempo parece um sinal de competência. Na verdade, é o contrário. Pesquisas em neurociência mostram que o cérebro não faz multitarefa de verdade: ele apenas alterna rapidamente entre tarefas, perdendo até 40% da eficiência no processo.

Lucas Freire –
Vivemos em um tempo em que ser produtivo se tornou sinônimo de valor pessoal. A rotina acelerada, os prazos curtos e a exigência por resultados fazem com que muitos se orgulhem de conseguir dar conta de tudo.
Mas, por trás dessa imagem de eficiência, há um esgotamento crescente que poucos reconhecem, e menos ainda ousam nomear. O hábito de realizar várias tarefas ao mesmo tempo parece um sinal de competência.
Na verdade, é o contrário. Pesquisas em neurociência mostram que o cérebro não faz multitarefa de verdade: ele apenas alterna rapidamente entre tarefas, perdendo até 40% da eficiência no processo.
É como tentar ouvir várias músicas ao mesmo tempo: o som vira ruído, e nada se aproveita por completo. Essa busca constante por produtividade nasce de uma cultura que nos ensinou desde cedo que nosso valor está no que entregamos, não no que vivemos.
É como se fôssemos máquinas em manutenção permanente, sempre precisando provar que ainda funcionamos. O descanso, o tédio e até o silêncio passam a ser vistos como desperdício de tempo.
Assim, mesmo quando o corpo para, a mente continua e...