Publicado em 19 ago 2025

As diretrizes clínicas para as uveítes não infecciosas

Redação

Essas doenças podem definidas como a inflamação da úvea, que é a camada vascular média dos olhos. Essa condição pode ser classificada em diferentes tipos, como anterior (afetando a íris), intermediária (afetando o corpo ciliar e vítreo) e posterior (afetando o vítreo, retina, coroide e esclera).

A uveíte não infecciosa é um grupo de doenças oculares imunomediadas que causam inflamação na úvea (camada média do olho), sem causa infecciosa. Pode estar associada a doenças sistêmicas e, embora a escolha do tratamento dependa de vários fatores, terapias tópicas são frequentemente a primeira opção não invasiva.

Pode ser definida como a inflamação da úvea, que é a camada vascular média dos olhos. Essa condição pode ser classificada em diferentes tipos, como anterior (afetando a íris), intermediária (afetando o corpo ciliar e vítreo) e posterior (afetando o vítreo, retina, coroide e esclera).

As uveítes que afetam mais de uma parte da úvea são chamadas de pan-uveítes e geralmente apresentam acometimento bilateral. A uveíte não infecciosa é uma causa significativa de cegueira e baixa visão, e seu tratamento pode incluir o uso de glicocorticoides e imunossupressores, dependendo da gravidade e da resposta ao tratamento.

O MS-PCDT: Uveítes não Infecciosas de 2025 informa que o aspecto da doença é bastante variável, podendo abranger desde inflamação ocular primária até uveíte associada à doença inflamatória sistêmica. As uveítes podem ser divididas entre uveítes infecciosas, nas quais o patógeno responsável é identificado e o paciente é submetido ao tratamento antimicrobiano específico, e uveítes não infecciosas.

As principais causas de uveítes não infecciosas: uveítes oculares primárias, coriorretinopatia de birdshot, coroidite serpiginosa, coroidite multifocal com pan-uveíte, esclerites, oftalmia simpática, síndrome dos pontos brancos, uveíte intermediária idiopática (pars planitis) e vasculite retiniana idiopática. As doenças sistêmicas têm um acometimento ocular variável.

A doença de Behçet, por exemplo, cursa com uveíte difusa e vasculite retiniana em cerca de 70% dos casos, sendo a uveíte um dos critérios maiores para o diagnóstico clínico dessa doença e podendo ser a manifestação inicial, muitas vezes precedendo os demais sintomas por vários anos. Da mesma forma, a sarcoidose manifesta-se como uveíte em 20% a 50% dos pacientes, e a esclerose múltipla apresenta-se com neurite óptica em até 50% dos casos, vasculite retiniana em 10% a 39% e uveíte isolada em 1% a 16% dos casos.

As doenças que cursam com presença do anticorpo anticitoplasma de neutrófilos (ANCA), como a granulomatose de Wegener e a poliarterite nodosa, desenvolvem uveíte em 10% a 20% dos casos. Além disso, a primeira pode causar manifestações oculares em até 90% destes.

As doenças do tecido conjuntivo, entre elas a lúpus eritematoso sistêmico (LES), cursam com vasculite em 10% a 30% dos casos. Em menor escala, pacientes com doença inflamatória intestinal e artrite psoríaca apresentam uveíte em torno de 10% dos casos; já a síndrome de Sjögren em casos raros pode evoluir com uveíte posterior.

A doença de Vogt-Koyanagi-Harada é uma síndrome úveo-meníngea multissistêmica caracterizada por resposta autoimune dirigida aos antígenos melanocíticos dos olhos, da pele, do sistema nervoso central e do sistema auditivo. A manifestação ocular é a uveíte difusa bilateral com edema de disco óptico, descolamento seroso da retina neurossensorial, defeito na impermeabilidade do epitélio pigmentar da retina, com discreta ou nenhuma vitreíte.

Artigo atualizado em 25/08/2025 02:59.
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