Publicado em 23 set 2025

A terapia da síndrome nefrótica primária em adulto

Redação

Para muitos pacientes, a síndrome nefrótica é uma condição recidivante e crônica, cuja evolução varia de acordo com a glomerulopatia subjacente, impondo risco de progressão para doença renal crônica terminal (DRCT) e necessidade de terapia de substituição de função renal.

A terapia da síndrome nefrótica primária em adultos envolve uma abordagem multifacetada, que inclui tanto intervenções não farmacológicas quanto farmacológicas. A síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria significativa, hipoalbuminemia e edema, e o tratamento visa controlar esses sintomas, prevenir complicações e tratar a causa subjacente.

No tratamento não medicamentoso, a orientação dietética é fundamental um suporte nutricional adequado, com ênfase em uma dieta rica em proteínas e controle de sódio, especialmente em casos de edema significativo. O controle diário do peso e a medição do volume urinário são essenciais para avaliar a resposta ao tratamento.

No tratamento medicamentoso, a prednisona é frequentemente o tratamento de primeira linha, administrada em doses de 1 mg/kg/dia por um período inicial de 4 a 16 semanas, dependendo da resposta.

Em casos de resistência ao tratamento com corticosteroides, podem ser utilizados medicamentos como a ciclofosfamida e a ciclosporina. Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) são recomendados para controle da hipertensão e redução da proteinúria.

A furosemida é o diurético de escolha para o manejo do edema, e deve ser utilizada com cautela, especialmente em pacientes com hipovolemia. Os exames laboratoriais podem fazer a monitorização regular da função renal, níveis de eletrólitos e perfil lipídico é crucial para ajustar o tratamento e prevenir complicações.

A resposta ao tratamento deve ser avaliada mensalmente, com ajustes conforme necessário. A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em conta a gravidade da síndrome, a presença de comorbidades e a resposta ao tratamento inicial. A terapia imunossupressora deve ser considerada com cautela, especialmente em pacientes com função renal comprometida.

O MS-PCDT: Síndrome Nefrótica Primária em Adultos de 2025 detalha que a síndrome nefrótica (SN) é definida pela presença de proteinúria (>3,0-3,5 g/1,73m 2/dia em adultos), hipoalbuminemia (<3,0 g/dl) e edema, frequentemente acompanhada de hiperlipidemia, hipercoagulabilidade e outras alterações clínico-laboratoriais. Diversas lesões glomerulares podem desencadear a SN, sendo as condições mais comuns as glomerulopatias primárias e as formas secundárias de glomerulonefrite associadas a doenças sistêmicas.

Para muitos pacientes, a SN é uma condição recidivante e crônica, cuja evolução varia de acordo com a glomerulopatia subjacente, impondo risco de progressão para doença renal crônica terminal (DRCT) e necessidade de terapia de substituição de função renal. Nas fases iniciais da SN, as principais manifestações são hiperlipidemia, hipercoagulabilidade, com aumento do risco de trombose venosa ou arterial, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência renal aguda e infecções.

Na fase crônica, outras complicações podem ocorrer, sendo a mais grave a evolução para doença renal crônica por não resposta ao tratamento imunossupressor, com progressão da doença glomerular e dano crônico renal irreversível. A prevalência da SN varia com a idade, a etnia e a população em estudo.

No âmbito nacional, as doenças glomerulares primárias e secundárias foram associadas a 51% e 22,6% dos diagnósticos, respectivamente. Entre as causas primárias de SN, a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF, 24,6%) e a glomerulopatia membranosa (GNM, 20,7%) foram as mais prevalentes, seguidas de nefropatia por IgA (NIgA, 20,1%), alterações glomerulares mínimas (AGM, 15,5%) e glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP, 4,2%). A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.

Artigo atualizado em 16/09/2025 04:24.
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