Publicado em 16 dez 2025

Os sintomas e as causas da doença de Chagas

Redação

A doença de Chagas (tripanossomíase americana) é uma condição infecciosa aguda e crônica causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. A transmissão da doença de Chagas pode ocorrer de diferentes formas: contato com fezes/e ou urina de triatomíneos hematófagos (insetos popularmente conhecidos como barbeiro, chupão, chupança, fincão, furão, bicudo, percevejão, bicho-de-parede, bicho-de-parede-preto, percevejo-do-sertão, percevejo-francês, percevejo-gaudério, etc.)

A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é uma condição infecciosa que pode se manifestar em duas fases: aguda e crônica. A transmissão ocorre principalmente através de insetos vetores, mas também pode acontecer por transfusões de sangue, transplantes de órgãos, via materno-fetal e, em casos raros, por via sexual.

A prevalência da infecção no Brasil varia de 1,0 a 2,4% da população, com estimativas de 1,9 a 4,6 milhões de pessoas infectadas. A doença é uma das principais causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias no país.

Na fase aguda, os sintomas podem incluir: febre, mal-estar, astenia, edema (especialmente o Sinal de Romaña), hepatomegalia e esplenomegalia, miocardite e encefalite em casos graves. Na fase crônica, muitos pacientes permanecem assintomáticos, mas podem desenvolver complicações cardíacas e digestivas ao longo do tempo.

O tratamento envolve o uso de antiparasitários, como benznidazol e nifurtimox, especialmente na fase aguda. O benznidazol é geralmente a primeira escolha devido à sua eficácia e perfil de segurança.

Em gestantes, o tratamento com benznidazol é recomendado, preferencialmente a partir do segundo trimestre. Em gestantes com doença de Chagas crônica, o tratamento não é recomendado devido ao baixo risco de transmissão congênita.

O rastreamento é sugerido para gestantes em populações de risco, especialmente aquelas que residem em áreas endêmicas ou que têm histórico de exposição ao vetor. O MS-PCDT: Doença de Chagas detalha que, dada a exposição e um período de incubação de 1 a 2 semanas (na transmissão oral este período varia de 3 a 22 dias), inicia-se a fase aguda, com duração em geral de 8 a 12 semanas (Brasil, 2009). A fase aguda é caracterizada clinicamente por síndrome febril prolongada relacionada à elevada parasitemia, quadros com poucos sintomas ou assintomáticos ou oligossintomáticos.

Em alguns casos, pode haver comprometimento cardíaco e do sistema nervoso central. Entretanto, formas graves da doença aguda acometem menos de 1% dos pacientes (Acquatella, 2007; Bern, 2015; Dias et al., 2016).

Na fase crônica, há anticorpos circulantes e a parasitemia não é mais detectável por microscopia direta. A fase crônica da doença de Chagas inclui a forma indeterminada (sem acometimento clínico ou sintomas) e as formas determinadas, com expressão cardíaca, digestiva, ou cardiodigestivas, além de outras menos comuns, como a neurológica.

Ao longo da vida, estima-se que de 10 a 30% dos pacientes evoluem para a forma sintomática (Villar et al., 2014; Bern, 2015). Essas formas estão associadas à importante morbimortalidade e diminuição na qualidade de vida (Acquatella, 2007; Rassiet al., 2012).

A doença de Chagas, antes confinada especialmente a áreas rurais das Américas do Sul e Central, apresenta-se atualmente em áreas urbanas, como consequência do êxodo rural. A doença também pode ser encontrada nos Estados Unidos, alguns países da Europa, pacientes com doença de Chagas foram diagnosticados em 17 dos 50 países da Europa, e de outros continentes, devido à migração internacional e ao maior fluxo de viajantes.

Mundialmente, estima-se que mais de 10 mil pessoas morram por ano em consequência desta doença, e que aproximadamente 6 milhões de pessoas estejam infectadas na América Latina (América do Sul, América Central e México).

Artigo atualizado em 09/12/2025 10:45.
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