Agindo nas crises nervosas e surtos no ambiente de trabalho
Redação
Os dados da Organização Mundial da Saúde indicam que os transtornos mentais geram uma perda global de US$ 1 trilhão por ano em produtividade. No Brasil, a crise afeta principalmente mulheres, que respondem por 64% dos afastamentos. A maioria delas enfrenta dupla jornada, pressão por desempenho e pouco reconhecimento.

Vicente Beraldi Freitas –
Nos últimos anos, o ambiente corporativo tem se tornado palco cada vez mais frequente de crises emocionais graves. Casos de colaboradores entrando em surto, sofrendo ataques de pânico ou demonstrando comportamentos confusos e descontrolados deixaram de ser exceções para se tornarem episódios recorrentes — e muitas vezes mal compreendidos.
A saúde mental dos trabalhadores brasileiros vive uma situação crítica. Em 2024, foram registrados mais de 472 mil afastamentos por transtornos psicológicos, o maior número da década, com um aumento de 68% em relação ao ano anterior. Ansiedade, depressão e síndrome de burnout despontam como os principais diagnósticos.
O cenário atual é consequência de uma combinação de fatores sociais, econômicos e culturais — e agravado pela pandemia, que desestruturou completamente a relação das pessoas com o trabalho e com elas mesmas. Esse contexto revela a urgência de uma mudança na forma como as empresas encaram a saúde mental.
Mais do que oferecer benefícios pontuais ou campanhas de conscientização, é necessário criar protocolos concretos para lidar com situ...