O tratamento em caso de acne grave
Redação
A acne é uma dermatose extremamente comum na prática médica. Em levantamento epidemiológico realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, a acne foi a causa mais frequente de consultas ao dermatologista, correspondendo a 14% de todos os atendimentos.

O tratamento da acne grave, especialmente nas formas nodulocísticas e conglobatas, geralmente envolve o uso de isotretinoína, um retinoide de ação antisseborreica. A isotretinoína é indicada para pacientes que não respondem a outras terapias, como antibióticos sistêmicos e agentes tópicos.
A isotretinoína atua reduzindo a produção de sebo, inibindo a proliferação de sebócitos e regulando a diferenciação celular. Isso resulta em uma diminuição da colonização bacteriana no ducto sebáceo, levando à melhora das lesões inflamatórias.
A isotretinoína é uma opção eficaz para o tratamento da acne grave, com a maioria dos pacientes apresentando remissão após um único curso de tratamento. No entanto, é fundamental que o tratamento seja supervisionado por um profissional de saúde experiente, dada a complexidade e os riscos associados.
Outros estudos epidemiológicos mostram que 80% dos adolescentes e adultos jovens entre 11 e 30 anos irão apresentar acne(2). Seu tratamento justifica-se tanto pela possibilidade de evitar tanto lesões cutâneas permanentes quanto pelo aparecimento ou agravamento de transtornos psicológicos, oriundos do abalo à autoestima ocasionado pelas lesões.
Conforme explicações disponíveis no MS-PCDT: Isotretinoína no tratamento da acne grave de 2025, a escolha do tratamento da acne compreende uma série de opções que irão variar de acordo com a gravidade do quadro. Essas opções incluem o uso de substâncias de limpeza de pele, retinoides e fármacos antibacterianos tópicos para os casos mais leves até o uso de antibióticos sistêmicos, terapias hormonais e, para casos mais graves e resistentes, o uso da isotretinoína.
Os resultados clínicos favoráveis ao uso da isotretinoína foram estatisticamente significativos, mas o estudo tem muitas limitações metodológicas, pois, além do número pequeno de pacientes, cerca de metade daqueles no grupo placebo precisaram sair do estudo por piora clínica. Estudos comparando isotretinoína oral com outras terapias sistêmicas foram feitos por Prendiville et al.(17) e Lester et al.(18) utilizando dapsona e tetraciclina.