Os ensaios de poluição artificial em isoladores de alta tensão
Redação
O desempenho elétrico dos isoladores em corrente alternada utilizados nas linhas de transmissão é um fator chave na confiabilidade dos sistemas de potência. Os isoladores devem suportar não só a tensão de operação, mas também as sobretensões sem redução do seu desempenho. As falhas na isolação podem provocar interrupções no fornecimento de energia, gerando sanções econômicas para as empresas envolvidas neste processo. Durante a operação das linhas de transmissão, os isoladores estão sujeitos constantemente aos elementos externos. Dentre eles podem ser citados a a poluição, a chuva, o vento e a neblina. Estes fatores externos contribuem consideravelmente para a redução da suportabilidade elétrica dos isoladores. A união da poluição depositada sobre os isoladores com a umidade produz os caminhos condutivos que facilitam a ocorrência da falha de isolação difÌcil de evitar. Uma solução para reduzir os efeitos da poluição em cadeias de isoladores é a utilização das técnicas de manutenção preditiva e preventiva. Dessa forma, a verificação do grau de suportabilidade especificada à poluição, para uma dada tensão de ensaio, é o objetivo dos ensaios de poluição artificial. Adicionalmente, contudo, as características de um isolador podem ser determinadas para uma faixa de tensões ou, em outras palavras, para uma faixa de distâncias de escoamento específicas do próprio isolador. Para fazer isso, é medido o máximo grau de poluição suportável ou o valor com 50% de probabilidade de descarga, para diferentes graus de poluição. Os usuários devem fazer a determinação das características suportáveis em frequência industrial dos isoladores de porcelana ou de vidro para utilização externa, expostos a atmosferas poluídas, em sistemas de corrente alternada com a tensão máxima do equipamento compreendida entre 1.000 V e 1.200 kV.
Da Redação –
A suportabilidade dielétrica de uma superfície isolante se reduz substancialmente quando submetida a determinadas condições climáticas como chuva ou alta umidade. Tal redução pode se tornar mais acentuada quando a superfície isolante é exposta a uma atmosfera poluída que, do ponto de vista elétrico, em um certo período de tempo, propicia a formação, sobre a superfície isolante, de uma camada constituída por substâncias que dissolvidas em água, produzem soluções condutoras.
Não ocorre variação no comportamento dielétrico da superfície se a camada se mantém seca, quando comparada com a superfície limpa. Entretanto, se ocorre um processo de umidificação que dissolva, mas não remova os sais contidos na camada, parcial ou totalmente, ocorre a formação de arcos sobre a superfície iniciando um processo que poderá culminar com uma descarga disruptiva. Além disso, os arcos formados geram ozônio (agente oxidante) e um dos responsáveis pela corrosão elétrica nos isoladores. Basicamente, o dimensionamento do isolamento para localidades poluídas é realizado em duas etapas: o levantamento do grau de contaminação da local...