Publicado em 02 set 2025

O diagnóstico e o tratamento da síndrome dos ovários policísticos

Redação

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença multifatorial que se caracteriza por alterações hiperandrogênicas e reprodutivas. Sua etiologia é complexa, com influência da predisposição genética e de fatores ambientais.

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma condição complexa que requer uma abordagem multifacetada para o tratamento. O tratamento medicamentoso pode ser feito com anticoncepcionais hormonais combinados (AHC) que representam primeira linha para mulheres que não desejam engravidar e apresentam irregularidade menstrual. Eles ajudam a regularizar os ciclos menstruais e a reduzir sintomas como acne e hirsutismo.

A metformina é indicada para mulheres com SOP que apresentam resistência à insulina. Pode ajudar a regularizar os ciclos menstruais e melhorar a ovulação, especialmente quando combinada com mudanças no estilo de vida.

Os antiandrogênicos como o acetato de ciproterona é frequentemente utilizado para tratar hirsutismo e acne. Deve ser associado a AHC para evitar a feminização de fetos em caso de gravidez.

O tratamento não medicamentoso inclui as modificações no estilo de vida que inclui a perda de peso (5-10% do peso corporal pode melhorar a ovulação e reduzir sintomas), dieta saudável e atividade física regular. A cirurgia bariátrica pode ser considerada para pacientes com IMC > 35 kg/m² que não respondem a tratamentos não cirúrgicos. A perda de peso significativa pode melhorar os sintomas da SOP.

Segundo o MS-PCDT: Síndrome de Ovários Policísticos de 2025, essa é uma doença multifatorial que se caracteriza por alterações hiperandrogênicas e reprodutivas. Sua etiologia é complexa, com influência da predisposição genética e de fatores ambientais.

As principais manifestações incluem acne, hirsutismo, alopecia, alterações menstruais e infertilidade. Além disso, podem haver alterações metabólicas, como o maior risco de obesidade, pré-diabete, diabete mélito tipo 2, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono, doença hepática gordurosa não alcoólica, distúrbios de humor e câncer.

Além da infertilidade, mulheres com SOP têm maior taxa de abortamento espontâneo, assim como maior risco de complicações obstétricas, como diabete mélito gestacional, doença hipertensiva específica da gravidez, pré-eclâmpsia e partos prematuros, quando comparadas à população feminina geral. A SOP é considerada a endocrinopatia mais frequente em mulheres em idade reprodutiva, acometendo cerca de 6%-19% dessa população, dependendo do critério diagnóstico adotado.

A sua caracterização diagnóstica é realizada pela presença de ao menos dois entre três dos seguintes critérios: anovulação crônica, hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística (7). Entretanto, sua apresentação clínica é bastante heterogênea, e diversos são os fenótipos da doença. Como a etiologia da SOP não está totalmente esclarecida e não há um teste diagnóstico específico, a SOP é considerada um diagnóstico de exclusão.

Resistência insulínica e obesidade, embora não façam parte dos critérios diagnósticos, são achados frequentes e potencializam as diferentes manifestações da síndrome. A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.

O tratamento envolve o controle dos sintomas hiperandrogênicos, regularização dos ciclos menstruais e proteção endometrial. Para todas as pacientes, modificações do estilo de vida e o controle das anormalidades metabólicas devem ser sempre recomendadas. A regularização do ciclo menstrual é frequentemente alcançada com AHC e metformina.

O tratamento visa melhorar a acne e o hirsutismo, com resultados visíveis após alguns meses de tratamento. A metformina e a perda de peso podem ajudar a restaurar a ovulação em mulheres com SOP.

O controle dos fatores de risco metabólicos é crucial para prevenir diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Os tratamentos podem ter efeitos colaterais, como náuseas, desconforto abdominal e alterações no peso. É importante monitorar a paciente e ajustar o tratamento conforme necessário.

Recomenda-se acompanhamento regular para avaliar a eficácia do tratamento e ajustar as intervenções conforme necessário. O tratamento da SOP deve ser individualizado, levando em consideração os sintomas, o desejo de gravidez e as comorbidades associadas. A combinação de abordagens medicamentosa e não medicamentosa é frequentemente a mais eficaz.

Artigo atualizado em 26/08/2025 02:29.
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