Publicado em 26 ago 2025

As diretrizes terapêuticas da osteoporose

Redação

A osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da microarquitetura óssea, resultando em aumento da fragilidade e suscetibilidade a fraturas. 

A osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da microarquitetura óssea, resultando em aumento da fragilidade e suscetibilidade a fraturas. Estima-se que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com 50 anos ou mais sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida.

As complicações incluem dor crônica, deformidades, redução da mobilidade e aumento da mortalidade, especialmente após fraturas de quadril, que têm uma taxa de mortalidade de 12% a 20% nos dois anos seguintes ao evento. O diagnóstico é feito por meio da densitometria óssea que é uma avaliação da densidade mineral óssea (DMO) em locais como coluna lombar e fêmur; por critérios clínicos com a presença de fraturas por fragilidade, independentemente da DMO.

O MS-PCDT: Osteoporose de 2025 explica que, além das fraturas, as complicações clínicas da osteoporose incluem dor crônica, deformidade, redução da mobilidade, piora da qualidade de vida e aumento da mortalidade. A fratura de quadril é considerada a mais grave, com aumento da taxa de mortalidade em 12% a 20% nos dois anos seguintes à fratura.

Entretanto, outras fraturas vertebrais e não vertebrais também podem ocorrer e trazer limitações físicas, interferindo na qualidade de vida do paciente. A presença de determinadas condições nas primeiras décadas de vida com o potencial de interferir na saúde óssea pode determinar o risco de osteoporose de um indivíduo.

Durante o crescimento e desenvolvimento, o esqueleto passa por um processo complexo de formação e reabsorção óssea, que inicia na vida fetal e continua até a fusão epifisária ao final da segunda década de vida, determinando a forma adulta dos ossos. A massa óssea é adquirida lentamente durante a infância, seguida por uma aceleração significativa nos primeiros anos de puberdade.

O pico de aquisição de massa óssea usualmente ocorre aos 12 anos em meninas e aos 14 anos em meninos, logo após o pico de crescimento. Nos anos seguintes até o final da adolescência, cerca de 95% da massa óssea adulta estará formada.

Estima-se que aproximadamente 60% a 80% da massa óssea seja determinada geneticamente, enquanto fatores ambientais e hormônios sexuais modulam os 20% restantes. Entre os fatores ambientais que podem afetar o pico de massa óssea estão ingestão de cálcio, níveis de vitamina D, prática de atividade física, medicamentos e comorbidades.

A otimização do pico de massa óssea, com condições ambientais favoráveis, pode prevenir ou retardar o desenvolvimento de osteoporose nos anos seguintes. Devido à elevada prevalência, a osteoporose representa um sério problema de saúde pública.

Estima-se que afete mais de 200 milhões de pessoas no mundo e, aproximadamente, 30% das mulheres nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, dados epidemiológicos do estudo BRAZOS (Brazilian Osteoporosis Study), que incluiu 2.420 indivíduos com mais de 40 anos oriundos de várias regiões do país, mostraram que fraturas de baixo impacto foram identificadas em 15,1% das mulheres e 12,8% dos homens avaliados, sendo os principais sítios de fratura o antebraço distal (30%), quadril (12%), úmero (8%), costelas (6%) e coluna (4%).

Não foram observadas diferenças significativas dessas fraturas em relação ao gênero e à classe social, mas houve maior incidência de fraturas nas mulheres das regiões metropolitanas quando comparada às da área rural. A maioria dos pacientes com fratura osteoporótica prévia desconhecia a condição de fragilidade óssea associada ao diagnóstico de osteoporose.

Um estudo conduzido em São Paulo, em indivíduos com mais de 65 anos, mostrou a incidência de fraturas vertebrais morfométricas em 17,1% das mulheres e 13,2% dos homens, das quais 7,6% e 5,4% eram moderadas a graves, respectivamente. Nessa população, foi observada a associação entre fraturas vertebrais e piores escores de qualidade de vida, particularmente no domínio de desempenho físico.

Em uma cidade do sul do Brasil, uma análise de todas as internações por fratura de quadril entre 2010 e 2012 verificou uma incidência anual de 268 casos/100.000 mulheres e 153 casos/100.000 homens, com taxa de mortalidade hospitalar de 7,5%, sendo de 25% nos 12 meses seguintes ao evento. A osteoporose pode ser classificada em primária ou secundária, conforme sua etiologia.

A forma primária, mais comum, é diagnosticada na ausência de doenças ou outras condições associadas à fragilidade óssea. Nesses casos, a perda de massa óssea é atribuída ao processo de envelhecimento ou pós-menopausa.

A osteoporose secundária deve ser considerada na presença de uma condição sabidamente associada à fragilidade óssea e corresponde a aproximadamente 30% dos casos em mulheres na pós-menopausa, 40% a 50% em mulheres na pré-menopausa e 50% a 55% em homens com diagnóstico de osteoporose. O tratamento envolve as medidas não medicamentosas como os exercícios físicos e suplementação de cálcio e vitamina D e o tratamento medicamentoso que podem incluir os bisfosfonatos, estrógenos, e outros medicamentos como teriparatida e romosozumabe, dependendo do risco de fratura e resposta ao tratamento.

Os fatores de risco incluem a idade avançada, baixo peso, história familiar de fraturas, e uso prolongado de glicocorticoides. A identificação precoce e o encaminhamento para tratamento especializado são cruciais para melhorar os resultados terapêuticos e prognósticos.

Artigo atualizado em 26/08/2025 02:25.
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