Publicado em 09 set 2025

A terapêutica da deficiência do hormônio de crescimento

Redação

A deficiência do hormônio de crescimento (DGH) pode ser congênita ou adquirida, levando a consequências significativas na estatura e na saúde geral dos pacientes. O tratamento é essencial para promover o crescimento em crianças e melhorar a qualidade de vida em adultos.

O tratamento da DGH é realizado principalmente com a administração de somatropina, uma forma biossintética do hormônio de crescimento. A dosagem e a forma de administração variam conforme a faixa etária e as necessidades do paciente.

Em crianças e adolescentes, a dosagem é de 0,025-0,035 mg/kg/dia ou 0,075-0,10 UI/kg/dia, administrada por via subcutânea, à noite, 6-7 vezes por semana. A dosagem deve ser ajustada conforme o peso corporal, a velocidade de crescimento e os níveis de IGF-1.

Em adultos, a dosagem: 0,15-0,3 mg/dia ou 0,5-1,0 UI/dia, independentemente do peso corporal. A dosagem deve ser ajustada com base nos níveis de IGF-1. O acompanhamento do tratamento deve incluir a avaliação das medidas antropométricas a cada 3-6 meses; exames laboratoriais para glicemia de jejum e função tireoidiana anualmente; e a avaliação da idade óssea e dos níveis de IGF-1 para ajustar a dose de somatropina.

Os efeitos colaterais mais comuns incluem reações no local da injeção, dor de cabeça, e aumento da glicose no sangue. É importante monitorar a ocorrência de hipertensão intracraniana benigna e ajustar o tratamento conforme necessário. A reposição de hormônio de crescimento é uma terapia eficaz para a DGH, proporcionando benefícios significativos em termos de crescimento e qualidade de vida. O tratamento deve ser individualizado e monitorado de perto para garantir a segurança e a eficácia.

O MS-PCDT: Deficiência do Hormônio de Crescimento - Hipopituitarismo de 2025 define que o hormônio do crescimento (GH) é um polipeptídio produzido e secretado por células especializadas localizadas na hipófise anterior, cuja principal função é a promoção do crescimento e desenvolvimento corporal. Além disso, participa da regulação do metabolismo de proteínas, lipídeos e carboidratos.

O eixo fisiológico GH/fator de crescimento insulina-like (IGF-1) exerce efeitos cardiovasculares relevantes, regulando o crescimento cardíaco e a contratilidade miocárdica e contribuindo para a manutenção da massa e da função cardíacas no adulto normal. A deficiência de GH (DGH) pode ser congênita ou adquirida. As causas congênitas são menos comuns e podem ou não estar associadas a defeitos anatômicos.

As causas adquiridas incluem tumores e doenças infiltrativas da região hipotálamo-hipofisária, tratamento cirúrgico de lesões hipofisárias, trauma, infecções e infarto hipofisário ou radioterapia craniana. A DGH ocorre de maneira isolada ou em associação a outras deficiências de hormônios hipofisários.

A persistência de DGH em crianças implica falha de crescimento e, nos casos graves, dificuldade de manutenção de normoglicemia. Com a reposição de GH há aumento da altura, do peso e da velocidade de crescimento com melhora do perfil lipídico que se encontra alterado, com diminuição do colesterol total, do colesterol-LDL e dos triglicerídeos, com diminuição da espessura da íntima-média carotídea e melhora do nível do colesterol-HDL.

Nos adultos com DGH, as principais consequências são dislipidemia, maior risco cardiovascular, baixa mineralização óssea e fraqueza muscular. O risco cardiovascular aumenta pela aceleração da ateroesclerose e pelas alterações metabólicas, com altos níveis do colesterol total e do colesterol-LDL, níveis baixos de colesterol-HDL associados à resistência à insulina e ao aumento da proteína C reativa.

Independentemente da faixa etária, a não correção do déficit hormonal leva à deposição de gordura abdominal e à diminuição da massa magra em relação à massa gorda. Sendo assim, a reposição de GH altera a composição corporal, com aumento da massa magra, diminuição da massa gorda e redução do colesterol-LDL, sem afetar os níveis de glicose, da HbA1c ou da pressão arterial.

O uso de GH é capaz de melhorar o bem estar dos pacientes, a performance cognitiva, a densidade mineral óssea e a função cardíaca, ao mesmo tempo que reduz o risco de câncer. A suplementação de GH melhora a qualidade de vida dos portadores de DGH.

Artigo atualizado em 04/09/2025 08:46.
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