Publicado em 09 set 2025

As diretrizes médicas para a retocolite ulcerativa

Redação

A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória intestinal crônica caracterizada por episódios recorrentes de inflamação que acomete predominantemente a camada mucosa do cólon. A doença usualmente afeta o reto e também variáveis porções proximais do cólon, em geral de forma contínua, ou seja, sem áreas de mucosa normal entre as porções afetadas.

A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória intestinal crônica que afeta predominantemente a mucosa do cólon. O tratamento visa a indução e manutenção da remissão clínica, evitando recidivas. O diagnóstico é estabelecido por meio de história clínica e exame físico, exames laboratoriais, exame endoscópico (colonoscopia ou retossigmoidoscopia) e achados histopatológicos.

Os principais sintomas incluem a diarreia com sangue, dor abdominal, tenesmo e urgência evacuatória. A avaliação histopatológica revela distorção arquitetural de criptas e infiltrado inflamatório.

O tratamento é dividido em fases de indução e manutenção da remissão. Os medicamentos recomendados incluem: aminossalicilatos: sulfassalazina, mesalazina; corticoides: prednisona, hidrocortisona; imunossupressores: azatioprina, ciclosporina; e biológicos: infliximabe, vedolizumabe, tofacitinibe. Deve-se fazer uma avaliação periódica da eficácia do tratamento e monitoramento de eventos adversos; e exames laboratoriais regulares, especialmente em pacientes em uso de imunossupressores.

A identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para melhorar o prognóstico dos pacientes com RCU. O manejo deve ser individualizado, considerando a gravidade da doença e a resposta ao tratamento. Segundo o MS-PCDT: Retocolite Ulcerativa de 2025, a  doença usualmente afeta o reto e também variáveis porções proximais do cólon, em geral de forma contínua, ou seja, sem áreas de mucosa normal entre as porções afetadas.

Muitos pacientes permanecem em remissão clínica da doença por longos períodos, mas a probabilidade de ausência de recidiva por dois anos é de apenas 20%. As recidivas geralmente ocorrem na mesma região do cólon afetada em outros períodos de agudização.

Entretanto, cerca de 20% a 50% dos pacientes pode apresentar extensão proximal da doença ao longo do seguimento. A doença pode se iniciar em qualquer idade. O pico de incidência parece ocorrer dos 20 aos 40 anos e muitos estudos mostram um segundo pico de incidência nos idosos.

Um estudo transversal realizado na Bahia apontou para um tempo médio de diagnóstico aos 39,4 anos de idade. A maioria dos estudos evidencia discreto predomínio no sexo masculino, embora alguns estudos recentes tenham demonstrado o contrário. A América Latina é considerada uma região de baixa prevalência da doença quando comparada com países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália.

Dados populacionais sobre a epidemiologia das doenças inflamatórias intestinais no Brasil são escassos. Estudo nacional de base populacional identificou aumento na incidência de RCU de 5,7 para 6,9 por 100.000 habitantes/ano na última década.

Sendo assim, o objetivo principal do tratamento é oportunizar a remissão clínica livre do uso de corticoide e, posteriormente, a manutenção da remissão no longo prazo, evitando recidivas. O tratamento preconizado neste protocolo está dividido em fases de indução da remissão e de manutenção da remissão, e a conduta terapêutica estabelecida em termos de extensão da doença e de gravidade da agudização, em conformidade com os principais consensos mundiais.

A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. O diagnóstico é estabelecido pela história clínica, exame físico, exames laboratoriais, exame endoscópico e achados histopatológicos.

Os exames endoscópicos (colonoscopia ou retossigmoidoscopia) são parte fundamental no diagnóstico e para a classificação da doença. O sintoma principal da RCU é a diarreia com sangue. Cerca de 90% dos pacientes apresentam hematoquezia (hemorragia retal). Sintomas associados, como dor abdominal em cólica, tenesmo (sensação de defecação incompleta), urgência evacuatória e exsudato mucopurulento nas fezes, podem acompanhar o quadro.

Os casos mais graves são acompanhados de sintomas sistêmicos como febre, anemia e emagrecimento. Os sintomas tendem a variar conforme a extensão da doença, evidenciando-se manifestações locais nos pacientes com proctite, enquanto pacientes com colite extensa apresentam usualmente febre, emagrecimento, perda sanguínea significativa e dor abdominal.

As manifestações extraintestinais (MEI) ocorrem entre 10% a 35% dos pacientes e podem cursar com acometimento articular, cutâneo, hepatobiliar, oftalmológico e hematológico e influenciar no metabolismo ósseo. Elas podem ou não estar relacionadas com a atividade inflamatória intestinal e em alguns casos apresentam sintomas mais graves do que os intestinais. Aqueles doentes com diagnóstico de colangite esclerosante primária e RCU apresentam comportamento diferente dos demais, com maior risco de doença intestinal mais extensa e de câncer colorretal.

Artigo atualizado em 03/09/2025 11:38.
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