Publicado em 09 set 2025

A morbidade do leiomioma de útero

Redação

Os miomas são uma causa comum de morbidade em mulheres em idade reprodutiva. No entanto a maioria apresenta-se assintomática não necessitando de nenhuma intervenção. A maioria das mulheres sintomáticas apresenta mioma na 4ª e 5ª décadas de vida. A incidência varia grandemente – de 5% a 80% –, de acordo com o método diagnóstico utilizado.

Os leiomiomas, também conhecidos como miomas ou fibromas uterinos, são tumores benignos que se originam das células musculares lisas do miométrio. O tratamento dos leiomiomas pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da gravidade dos sintomas, do tamanho e da localização dos miomas, bem como dos planos reprodutivos da paciente.

A histerectomia é o tratamento definitivo e recomendado para mulheres com prole completa, que apresentam sintomas significativos e múltiplos miomas. Este procedimento elimina os sintomas e a chance de problemas futuros.

A ressecção do mioma, que pode ser realizada por várias técnicas (abdominal, vaginal ou laparoscópica). É uma alternativa para mulheres que desejam preservar a fertilidade.

Os análogos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) podem ser utilizados para reduzir o tamanho dos miomas e aliviar os sintomas. Eles induzem um estado de hipogonadismo, mimetizando a menopausa, e são eficazes na redução do sangramento e da dor.

Outros medicamentos: Incluem o uso de progestágenos, estrogênios conjugados e sulfato ferroso. A terapia medicamentosa é indicada principalmente em casos de contraindicação cirúrgica.

A embolização da artéria uterina (EAU) é um procedimento que visa controlar o fluxo sanguíneo para os miomas, resultando em redução do tamanho e alívio dos sintomas. É menos invasivo e tem menor tempo de recuperação, mas pode levar a mais reintervenções. O ultrassom focado de alta intensidade (UFGRM) é uma técnica experimental que reduz o tamanho dos miomas, mas com altas taxas de retratamento.

A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em conta os sintomas, o tamanho e a localização dos miomas, a idade da paciente e seus planos reprodutivos. A monitorização do tratamento é essencial, e as pacientes devem ser informadas sobre os potenciais riscos e benefícios de cada abordagem.

Conforme o MS-PCDT: Leiomioma de útero de 2025, os miomas são uma causa comum de morbidade em mulheres em idade reprodutiva; no entanto a maioria apresenta-se assintomática não necessitando de nenhuma intervenção. A maioria das mulheres sintomáticas apresenta mioma na 4ª e 5ª décadas de vida(2). A incidência varia grandemente – de 5% a 80% –, de acordo com o método diagnóstico utilizado.

Em uma amostra aleatória de mulheres entre 25-40 anos de idade(1,3), a ultrassonografia (US) transvaginal detectou uma prevalência de 5,4%, com uma relação direta entre prevalência e idade das pacientes – 3,3% para mulheres entre 25 e 32 anos e 7,8% para mulheres entre 33 e 40 anos. Uma prevalência de 6% a 34% de miomas submucosos foi observada em mulheres que se submeteram à histeroscopia como parte da investigação de hemorragia anormal e de 2% a 7% nas mulheres sob investigação de infertilidade(4). Miomas não têm sido descritos em meninas pré-puberais, embora já o tenham sido em adolescentes.

Alguns fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de miomas são a paridade (maior risco em nulíparas), uso de anticoncepcional oral (ACO - protegeria contra o desenvolvimento de miomatose), tabagismo (diminuição de risco), dieta (carnes vermelhas associam-se a risco de desenvolvimento e vegetais verdes a diminuição de risco) (8), obesidade (maior risco)(2), etnia (mulheres negras têm maior risco(5), história familiar (9) e genética (2,10). A patogênese dos miomas não está esclarecida.

Embora o crescimento desses tumores seja responsivo a esteroides gonadais, esses hormônios não são necessariamente responsáveis pela gênese dos tumores. Outras influências que não os hormônios gonadais ficam claras ao se avaliar o fato de que paridade e o de ACO são fatores protetores para o desenvolvimento de miomas.

A identificação dos fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. Embora a maioria dos miomas não produza qualquer sintoma, quando eles existem se relacionam com o seu número, tamanho e localização.

As principais manifestações clínicas envolvem alterações menstruais (sangramento uterino aumentado ou prolongado), anemia por deficiência de ferro, sintomas devido ao volume (dor ou pressão em pelve, sintomas obstrutivos) e disfunção reprodutiva O sangramento uterino da miomatose é caracterizado por menorragia (menstruação abundante) e hipermenorreia (sangramento menstrual prolongado e excessivo).

A presença e o grau de sangramento podem ser definidos pela localização do mioma e, secundariamente, por seu tamanho, sendo que os submucosos apresentam mais frequentemente menorragia. Dor e compressão de estruturas pélvicas relacionam-se com a localização, o formato e o tamanho dos miomas.

Os localizados anteriormente podem comprimir a bexiga e causar urgência miccional. Raramente dor aguda pode ocorrer por degeneração ou torsão de pedúnculo de um tumor. Nestas situações, pode haver a concomitância de febre, sensibilidade abdominal, leucocitose e sinais de irritação peritoneal.

Artigo atualizado em 03/09/2025 09:43.
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