As diretrizes brasileiras para utilização de endoprótese em aorta torácica descendente
Redação
As diretrizes brasileiras recomendam a cirurgia endovascular como a opção preferencial em pacientes com aneurisma da aorta torácica descendente, devido à sua maior eficácia e segurança em comparação com a cirurgia aberta.

A utilização de endoprótese na aorta torácica descendente é uma abordagem terapêutica importante para o tratamento de aneurismas e dissecções aórticas. A cirurgia endovascular deve ser priorizada em pacientes com aneurisma da aorta torácica descendente, especialmente quando o diâmetro do aneurisma é maior que 5,0 cm ou quando há uma taxa de expansão significativa.
Para dissecções do tipo B não complicada, o tratamento clínico é preferido. Já em casos de dissecção complicada, a cirurgia endovascular é recomendada.
As diretrizes se aplicam a aneurismas na porção descendente da aorta torácica e dissecções aórticas do tipo B de Stanford e tipo III de DeBakey. A cirurgia endovascular está associada a uma menor mortalidade perioperatória e a uma taxa reduzida de complicações neurológicas, como paraplegia e AVC.
Os pacientes submetidos a cirurgia endovascular geralmente apresentam um tempo de internação menor em comparação com aqueles que realizam cirurgia aberta. A escolha do tratamento deve considerar os riscos individuais de ruptura e as preferências dos pacientes.
A abordagem endovascular é menos invasiva e, portanto, é frequentemente a primeira escolha em contextos clínicos adequados. Segundo o MS-PCDT: Utilização de Endoprótese em Aorta Torácica Descendente (Diretrizes Brasileiras), os aneurismas são dilatações segmentares da parede arterial que superam em mais de 50% o seu diâmetro máximo normal.
Os aneurismas da aorta torácica (AAT) apresentam uma incidência em torno de 10/100 mil indivíduos/ano, a maioria (95%) assintomáticos e e de etiologia principalmente degenerativa. A aorta é anatomicamente subdividida em torácica e abdominal. A aorta torácica é composta de três partes: porção ascendente, arco e porção descendente.
A porção ascendente é limitada do ânulo aórtico ao tronco braquiocefálico. O arco aórtico representa a porção aórtica entre o tronco braquiocefálico e a subclávia esquerda. A porção descendente inicia-se após a subclávia esquerda e termina ao nível do diafragma, onde passa a ser considerada aorta abdominal.
A maioria dos aneurismas da aorta torácica (60%) está limitada à porção ascendente, 10% ao arco e 30% à porção descendente. O conhecimento anatômico é relevante, pois as abordagens terapêuticas dos aneurismas variam de acordo com o segmento acometido.
Os aneurismas de aorta ascendente e arco são reparados em sua grande maioria por meio da cirurgia aberta e, portanto, fogem ao escopo destas diretrizes. O aneurisma da aorta torácica descendente (AATD) pode ser reparado por cirurgia, procedimento endovascular ou uma combinação destes métodos (reparo híbrido).
O tratamento tem como objetivo principal evitar a ruptura arterial, evento com alta letalidade. O tratamento inclui também, mudanças no estilo de vida e medicamentos, além da cirurgia aberta ou cirurgia endovascular. Em geral, o reparo do aneurisma é recomendado na presença de risco de ruptura ou complicações que excedam os riscos associados à própria reparação.