Publicado em 07 out 2025

O protocolo clínico da retocolite ulcerativa

Redação

A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal crônica caracterizada por episódios recorrentes de inflamação que acomete predominantemente a camada mucosa do cólon. A doença usualmente afeta o reto e também variáveis porções proximais do cólon, em geral de forma contínua, ou seja, sem áreas de mucosa normal entre as porções afetadas.

A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória intestinal crônica que afeta predominantemente a mucosa do cólon e pode levar a episódios recorrentes de inflamação. O tratamento visa alcançar a remissão clínica e a manutenção dessa remissão a longo prazo.

O diagnóstico é feito por meio da história clínica, exame físico, exames laboratoriais e endoscópicos (colonoscopia ou retossigmoidoscopia) e os  principais sintomas incluem diarreia com sangue, dor abdominal, tenesmo e urgência evacuatória. O tratamento é dividido em fases de indução e manutenção da remissão.

Os medicamentos utilizados incluem aminossalicilatos, corticoides, imunossupressores e biológicos, como infliximabe e tofacitinibe. Os pacientes com diagnóstico confirmado por exame endoscópico e alterações histopatológicas são incluídos e os com outras doenças inflamatórias intestinais ou contraindicações ao uso de medicamentos são excluídos.

O acompanhamento regular é essencial para avaliar a eficácia do tratamento e monitorar possíveis efeitos adversos. De acordo com o MS-PCDT: Retocolite Ulcerativa, muitos pacientes permanecem em remissão clínica da doença por longos períodos, mas a probabilidade de ausência de recidiva por dois anos é de apenas 20%.

As recidivas geralmente ocorrem na mesma região do cólon afetada em outros períodos de agudização. Entretanto, cerca de 20% a 50% dos pacientes pode apresentar extensão proximal da doença ao longo do seguimento.

A doença pode se iniciar em qualquer idade. O pico de incidência parece ocorrer dos 20 aos 40 anos e muitos estudos mostram um segundo pico de incidência nos idosos.

Um estudo transversal realizado na Bahia apontou para um tempo médio de diagnóstico aos 39,4 anos de idade. A maioria dos estudos evidencia discreto predomínio no sexo masculino, embora alguns estudos recentes tenham demonstrado o contrário.

A América Latina é considerada uma região de baixa prevalência da doença quando comparada com países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália. Dados populacionais sobre a epidemiologia das doenças inflamatórias intestinais no Brasil são escassos. Estudo nacional de base populacional identificou aumento na incidência de RCU de 5,7 para 6,9 por 100.000 habitantes/ano na última década.

Sendo assim, o objetivo principal do tratamento é oportunizar a remissão clínica livre do uso de corticoide e, posteriormente, a manutenção da remissão no longo prazo, evitando recidivas. O tratamento preconizado neste protocolo está dividido em fases de indução da remissão e de manutenção da remissão, e a conduta terapêutica estabelecida em termos de extensão da doença e de gravidade da agudização, em conformidade com os principais consensos mundiais.

A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. O diagnóstico é estabelecido pela história clínica, exame físico, exames laboratoriais, exame endoscópico e achados histopatológicos. Os exames endoscópicos (colonoscopia ou retossigmoidoscopia) são parte fundamental no diagnóstico e para a classificação da doença.

Artigo atualizado em 03/10/2025 12:53.
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