Os impactos econômicos da corrupção vão do lucro rápido à recessão
Redação
Embora a corrupção possa gerar ganhos rápidos para empresas, seus efeitos econômicos e institucionais são devastadores. Estudo da PUC-RS aponta que ela reduz PIB, emprego e salários no Brasil, além de corroer a confiança entre Estado e iniciativa privada. Casos recentes, como o da Ultrafarma, reforçam que o lucro imediato é ilusório diante de multas, perda de contratos e destruição reputacional. O compliance deve ser visto como parte essencial do negócio, transformando a integridade em vantagem competitiva sustentável.

Patricia Punder -
A corrupção é historicamente um dos maiores entraves ao desenvolvimento econômico e institucional do Brasil. Apesar de condenada social e juridicamente, continua sendo praticada, porque no curto prazo, dá lucro.
Empresas envolvidas em esquemas ilícitos frequentemente conseguem acelerar processos, conquistar contratos milionários e eliminar concorrentes. O problema é que esses ganhos imediatos são ilusórios, cedo ou tarde, os custos jurídicos, financeiros e reputacionais superam qualquer vantagem inicial.
O estudo A corrupção e seus efeitos econômicos – modelo de Equilíbrio Geral Computável para o Brasil, realizado este ano pela PUC-RS, revelou que a corrupção pode causar recessão de cerca de 1% do PIB no curto prazo e 0,5% no longo prazo, além de reduzir o emprego de forma imediata e o salário real médio ao longo do tempo. Estes dados mostram claramente que os benefícios imediatos da corrupção são ilusórios e custam caro ao país.
O que sustenta esse cenário é a pressão incessante por resultados imediatos. Executivos de grandes companhias são cobrados a apresentar números robustos a cada tri...