A nova fronteira da segurança é a identidade
Redação
A fronteira entre o pessoal e o profissional, antes nítida, se dissolveu, criando novos e perigosos vetores de ataque. O massivo vazamento de 7 milhões de contas de serviços de streaming como Netflix e Disney+ é um exemplo perfeito. Esses ataques, muitas vezes realizados por meio de infostealers (malware ladrão de informações) alojados nos dispositivos pessoais dos funcionários, coletam senhas reutilizadas em ambientes corporativos.

Denis Furtado -
Vivemos sob uma perigosa ilusão de segurança. Enquanto se fortalece os sistemas com firewalls e antivírus, um inimigo silencioso não tenta mais arrombar a porta; ele simplesmente entra com a chave.
O roubo de credenciais, a mais traiçoeira das ameaças digitais, tornou-se uma arma para cibercriminosos. É hora de admitir que as estratégias atuais estão falhando e repensar como proteger o ativo mais valioso: a identidade digital.
Dados da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) revelam que, em 2024, o roubo de credenciais foi o tipo de incidente de segurança mais recorrente no Brasil, com 56 registros formais. A tendência de agravamento é clara. Somente nos primeiros quatro meses de 2025, 71,43% dos incidentes ocorreram no setor privado.
Ignorar esses sinais é um erro de cálculo com consequências financeiras e reputacionais. E os casos recentes no Brasil deveriam servir como um alerta.
O recente ataque à C&M Software, que resultou em perdas estimadas entre R$ 541 milhões e R$ 3 bilhões, não foi fruto de uma falha em um software, mas sim do uso indevido de credenciais legítimas....